Ibovespa fecha em alta com ajuda de bancos, mas cai na 1ª semana do ano

Reuters

Publicado 05.01.2024 18:31

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, com bancos entre os principais suportes, em sessão também marcada pela divulgação de dados melhores do que as expectativas sobre o mercado de trabalho norte-americano.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,61%, a 132.022,92 pontos., com a queda de Vale evitando um desempenho melhor. Na máxima do dia, chegou a 132.634,81 pontos. O volume financeiro somou 19,47 bilhões de reais.

Na primeira semana do ano, porém, o índice acumulou um declínio de 1,61%, refletindo principalmente ajustes nas apostas relacionadas ao começo do aguardado ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos.

O Ibovespa tocou a mínima da sessão, de 130.578,83 pontos, logo após o Departamento do Trabalho norte-americano reportar a criação de 216 mil vagas no mês passado, acima das previsões, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em 3,7%.

Mas o sinal negativo não teve fôlego, principalmente após a abertura de Wall Street com variações modestas, mas sustentando um viés positivo, a despeito da alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com o do Treasury de 10 ano superando 4%.

Após os dados, com base nos contratos futuros atrelados à taxa básica do Fed, operadores passaram a enxergar chance de cerca de 50% de corte dos juros em março. Antes da divulgação, esse percentual era de quase 65%.

De acordo com o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, o mercado esteve significativamente cauteloso ao longo dessa semana, justamente em razão dos dados do mercado de trabalho a serem divulgados nos EUA.

Novaes afirmou que, de fato, o "payroll" ficou acima do esperado, mas a percepção é de que o mercado já havia concretizado o movimento de correção das expectativas, avaliando que os juros nos EUA podem seguir elevados por mais tempo. Para o analista, a queda do Ibovespa na semana reflete essa revisão de perspectivas dos juros como um todo.

"Desde de novembro, o que tem impulsionado a bolsa é, sobretudo, a perspectiva de juros menores no exterior. Com essa mudança de visão, vemos com normalidade esse movimento corretivo também orientado pelo exterior", acrescentou.

No Brasil, a agenda do dia incluiu alta acima do esperado na produção industrial em novembro, bem como expansão do percentual da dívida pública bruta em relação ao PIB, com o setor público registrando déficit primário maior do que as previsões.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 2,34%, a 33,70 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) valorizou-se 2,18%, a 16,88 reais, recuperando-se após um começo de ano mais negativo, com a perda desses papéis na semana até a véspera somando 3% e 3,2%, respectivamente.

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- ALPARGATAS PN (BVMF:ALPA4) avançou 4,57%, a 9,38 reais, em sessão positiva para o setor de moda, com GRUPO SOMA ON encerrando em alta de 6,85% e AREZZO ON terminando com acréscimo de 3,27%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou com variação positiva de 0,23%, a 38,72 reais, distante da máxima da sessão, quando foi negociada a 39,14 reais. A fraqueza ocorreu mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou cotado a 78,76 dólares (+1,51%).