Ibovespa fecha em alta com Ambev em destaque e apoio da Vale, mas recua em outubro

Reuters

Publicado 31.10.2023 17:09

Atualizado 31.10.2023 17:35

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, com ajustes após duas quedas seguidas, tendo as ações de GPA (BVMF:PCAR3) e Ambev entre os destaques positivos após os respectivos balanços trimestrais, enquanto a queda dos papéis da Petrobras e de bancos minou uma recuperação mais forte.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,54 %, a 113.143,67 pontos, após acumular um declínio de quase 2% nos dois pregões anteriores. Na máxima do dia, chegou a 113.597,32 pontos. Na mínima, a 112.098,12 pontos. Em outubro, acumulou queda de 2,94%.

O volume financeiro nesta terça-feira somou 19 bilhões de reais.

Para a sócia e especialista da Blue3 Investimentos Bruna Centeno, a bolsa paulista teve uma sessão de recuperação, após mau humor com ruídos políticos, notadamente as discussões em torno da meta fiscal do próximo ano.

Desde a última sexta-feira, após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cresceram os receios de que, além de uma falta de um comprometimento maior do governo com o déficit zero em 2024, via contingenciamento de gastos, a busca do equilíbrio nas contas se dará por meio do aumento da carga tributária.

Na véspera, o ministro da Fazenda buscou amenizar a fala de Lula, mas teve pouco sucesso. Nesta terça-feira, o governo não tratou diretamente da mudança da meta em reunião de líderes, mas reforçou a necessidade de cumprir o Orçamento de 2024, o que parlamentares entenderam como admissão de chance de mudança.

"Isso é um fator importante principalmente na parte de precificação de risco", afirmou Centeno, da Blue3.

Wall Street corroborou a melhora na B3 (BVMF:B3SA3), com o S&P 500 fechando em alta antes da decisão de política monetária do banco central nos Estados Unidos na quarta-feira, com o foco principalmente voltado aos sinais sobre os próximos passos dada a perspectiva de manutenção da taxa em 5,25% a 5,50%.

A decisão do Federal Reserve será conhecida com o pregão no Brasil ainda aberto, o que pode adicionar volatilidade. Após o fechamento da bolsa paulista, o Banco Central comandado por Roberto Campos Neto anuncia sua decisão de juros, com as previsões apontando para queda da Selic de 12,75% para 12,25%.

h2 Destaques/h2

- GPA ON disparou 8,38%, a 3,62 reais, tendo alcançado 3,65 reais na máxima, após lucro líquido das operações continuadas da varejista de alimentos de 809 milhões de reais no terceiro trimestre, quando a receita líquida cresceu 9,7% e as vendas mesmas lojas subiram 6,6%. O CFO do GPA também afirmou que a companhia espera arrecadar cerca de 500 milhões de reais com a venda de ativos e diminuir dívidas estruturais nos próximos trimestres.

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- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) avançou 4,05%, a 12,86 reais, após divulgar salto de 19,3% no lucro líquido em uma base orgânica, uma vez que os preços mais baixos do alumínio e as taxas de câmbio favoráveis compensaram uma queda nos volumes de vendas em comparação com o ano anterior. No Brasil, as vendas cresceram na casa dos 10%, superando o desempenho do setor.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,20%, a 69,00 reais, tendo como pano de fundo alta dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou o dia com acréscimo de 0,34%, a 898,5 iuanes (122,80 dólares) a tonelada, mesmo com dados nesta terça-feira mostrando que a atividade industrial da China contraiu-se inesperadamente em outubro.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caiu 0,97%, a 34,74 reais, em dia de fraqueza do petróleo no exterior. Investidores ainda repercutiram notícias sobre investimentos da companhia, enquanto seguem na expectativa do desfecho da assembleia de acionistas convocada para o final do próximo mês para avaliar propostas como a criação de uma reserva de remuneração do capital e alteração em regras sobre a indicação de membros da alta cúpula.