Reuters
Publicado 09.10.2023 17:07
Atualizado 09.10.2023 17:40
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta pelo segundo pregão consecutivo nesta segunda-feira, superando os 115 mil pontos no melhor momento, em movimento puxado pelo salto das ações de petrolíferas, com Petrobras avançando mais de 4%, diante da disparada do petróleo devido ao aumento da tensão no Oriente Médio.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,86%, a 115.156,07 pontos. Na máxima do dia, chegou a 115.218,65 pontos. O volume financeiro somou 19 bilhões de reais.
A bolsa paulista abriu pressionada pela aversão a risco externa, após homens armados do Hamas matarem no sábado centenas de pessoas em Israel, que retaliou com ataques ao enclave palestino de Gaza no domingo e que se estenderam nesta segunda-feira. No pior momento, o Ibovespa marcou 113.448,18 pontos.
Mas as preocupações de um conflito mais amplo no Oriente Médio também impulsionaram os preços do petróleo, o que favoreceu as ações de petrolíferas, atenuando a pressão de baixa no principal índice de ações da B3 (BVMF:B3SA3). No fechamento, o barril de Brent acusou elevação de 4,22%, a 88,15 dólares.
A mudança de direção no pregão brasileiro, contudo, ocorreu conforme Wall Street abandonou as perdas da abertura. O S&P 500 fechou em alta de 0,63%, também apoiado em ações do setor de energia e em dia sem o referencial dos Treasuries, com o mercado de títulos norte-americano fechado pelo Dia de Colombo.
A semana na B3 também começou com um alívio nas taxas dos contratos de DI após alguma hesitação na primeira etapa do dia, o que beneficiou papéis sensíveis a juros, particularmente papéis de construtoras que sofreram recentemente, com o índice do setor imobiliário da B3 subindo 1,96%.
Análise técnica da equipe do Itaú BBA afirma que o Ibovespa terá que superar os 115.400 pontos para continuar o movimento de recuperação. "Com isso, o próximo desafio será superar os 117 mil pontos", afirmou em relatório a clientes. Do lado da baixa, acrescentou, o índice deixou o suporte em 111.600 pontos
h2 Destaques/h2- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 4,30%, a 34,95 reais, acompanhando a movimentação do petróleo no exterior. O CEO da companhia, Jean Paul Prates, também afirmou nesta segunda-feira que a estatal buscará mitigar os eventuais impactos de um esperado aumento da volatilidade dos preços globais do petróleo nos valores de diesel e gasolina no Brasil em razão da guerra entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas. No setor, PETRORECONCAVO ON saltou 8,70%, a 20,98 reais, 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) valorizou-se 6,01%, a 30,16 reais, PRIO ON disparou 8,78%, a 48,45 reais.
- MRV&CO ON encerrou em alta de 3,11%, a 9,28 reais, buscando apoio no alívio na curva de juros para reagir, após acumular perda de 15,65% na semana passada. A queda nas taxas dos DIs também ajudou papéis como o de MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3), que avançou 4,49%, a 1,86 real. CASAS BAHIA ON, por sua vez, recuou 4,92%, a 0,58 real, conforme persistem preocupações sobre a estrutura de capital da empresa.
- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 0,72%, a 66,38 reais, conforme os futuros do minério de ferro na China recuaram nesta sessão, após o mercado ficar fechado por vários dias por feriado naquele país. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 2,8%.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 0,86%, a 27,66 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,90%, a 14,34 reais, em meio a ajustes após uma semana positiva para ambos os papéis.
- AZUL PN (BVMF:AZUL4) perdeu 2,97%, a 12,41 reais, mas GOL (BVMF:GOLL4) PN fechou estável, a 6,34 reais, distante das mínimas, quando foram mais afetadas pelo comportamento dos preços do petróleo.
- MAHLE METAL LEVE ON, que não faz parte do Ibovespa, desabou 15,49%, a 39,55 reais, após a fabricante de autopeças divulgar no fim de semana que contratou Citi e Itaú BBA para uma potencial oferta de ações primária que pode envolver também venda secundária de papéis. De acordo com o Bradesco BBI, a Mahle Metal Leve (BVMF:LEVE3) surpreendeu o mercado com o anúncio, em vez de uma oferta de aquisição para deslistar a empresa, uma unidade da alemã Mahle.
(Edição de André Romani e Patrícia Vilas Boas)
Escrito por: Reuters
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