Ibovespa fecha em alta e beira 109 mil pts com ajuda de Vale

Reuters

Publicado 02.12.2019 18:33

Atualizado 02.12.2019 19:37

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta nesta segunda-feira, abrindo dezembro acima dos 109 mil pontos, com Vale entre os principais suportes após a mineradora divulgar estimativas de produção e investimentos para 2020.

Índice de referência da bolsa brasileiro, o Ibovespa subiu 0,64%, a 108.927,83 pontos. Na máxima, chegou a 109.278,67 pontos - o recorde intradia é de 109.671,91 pontos. O giro financeiro da sessão alcançou 16,9 bilhões de reais.

O mês começou com perspectivas relativamente positivas de estrategistas de renda variável em suas carteiras recomendadas para dezembro, em que destacaram principalmente sinais melhores sobre o ritmo da economia.

Ainda assim, citaram que o cenário externo permanece no foco, em particular as disputas comercias envolvendo os Estados Unidos, que nesta segunda-feira voltaram o foco ao Brasil, ameaçando restaurar tarifas sobre aço e alumínio do país.

Em Wall Street prevaleceram receios com a questão comercial, além de dados mais fracos sobre a atividade industrial norte-americana. O S&P 500 caiu 0,86%.

Na China, entretanto, o noticiário incluiu números melhores do que o esperado sobre a atividade industrial na China, com o PMI do Caixin/Markit subindo a 51,8 em novembro, a expansão mais rápida desde dezembro de 2016.

De volta ao Brasil, o começo da semana também trouxe a primeira prévia do Ibovespa que vai vigorar nos primeiros quatro meses de 2020, com a entrada de Carrefour (SA:CRFB3) Brasil ON, Hapvida (SA:HAPV3) ON e Sul America Unit.

A equipe da XP Investimentos comandada por Karel Luketic afirmou que segue otimista com o Brasil e especialmente com a bolsa, mesmo observando que o Ibovespa negocia com múltiplo próximo ao patamar histórico.

"Acreditamos que há espaço para revisão de projeções de lucros das empresas em um ambiente de juros mais baixos e atividade acelerando", afirmou em relatório, reiterando projeção de 140 mil pontos para o Ibovespa ao final de 2020.

DESTAQUES

- VALE ON (SA:VALE3) ganhou 2,72%, em dia de alta dos preços do minério de ferro na China, acompanhando movimento de pares na Europa. A companhia também estimou produzir de 340 milhões a 355 milhões de toneladas de minério de ferro 2020, bem como divulgou projeção de investimento de 5 bilhões de dólares no próximo ano, entre outros números.

- NOTRE DAME INTERMÉDICA ON teve alta de 4,4%, após a companhia ter anunciado na sexta-feira que seu conselho de administração aprovou oferta de até 87,75 milhões de ações com esforços restritos de colocação. A precificação está prevista para 11 de dezembro.

- VIA VAREJO ON subiu 4,1% e B2W ON (SA:BTOW3) ganhou 4,37%, após a Black Friday. A Via Varejo (SA:VVAR3) afirmou que registrou volumes de vendas "substancialmente superiores" na edição deste ano em relação a 2018. No setor, MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) cedeu 0,24%. O Índice Cielo (SA:CIEL3) de Varejo Ampliado (ICVA) mostrou alta nominal de 18,1% no faturamento do varejo brasileiro na campanha.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 1,44%, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, tendo de pano de fundo oferta de ações da XP nos EUA, na qual detém participação, que avalia a XP em até 13,8 bilhões de dólares. No setor, BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 0,66%, SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) avançou 0,86%, enquanto BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) recuou 0,79% e BTG PACTUAL (SA:BPAC11) caiu 2,31%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) encerrou com variação negativa de 0,27% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) cedeu 0,13%, perdendo fôlego no final, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado externo.

- CSN ON (SA:CSNA3) avançou 5,73%, GERDAU PN (SA:GGBR4) ganhou 2,65% e USIMINAS PNA (SA:USIM5) valorizou-se 2%, apesar dos comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, de que retomará tarifas sobre importações de metais do Brasil e da Argentina. "O aço brasileiro tem uma longa história de barreiras comerciais com os EUA e volumes para o país provenientes das três principais empresas listadas - Usiminas, Gerdau e CSN - já eram muito pequenas e, a nosso ver, não são significativos", escreveu o JPMorgan a clientes.