Ibovespa fecha em alta e encosta em 130 mil pontos com alívio nos Treasuries

Reuters

Publicado 09.04.2024 17:08

Atualizado 09.04.2024 18:15

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, resistindo ao enfraquecimento das ações da Vale e da Petrobras e encostando nos 130 mil pontos, marcado pelo alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, que reverberou na curva de juros doméstica.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,8%, a 129.890,37 pontos. Na máxima do dia, chegou a 129.956,18 pontos. Na mínima, a 128.826,38 pontos.

O volume financeiro somou 20,18 bilhões de reais.

Investidores encerraram o pregão no aguardo de uma pauta relevante na quarta-feira, que tem como destaque o índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano de março, em um momento de incertezas crescentes sobre quando começará um muito aguardado ciclo de cortes de juros na maior economia do mundo.

"As bolsas no mundo todo estão aguardando o que vai sair sobre inflação amanhã nos Estados Unidos", afirmou o sócio e especialista da Blue3 Investimentos Kevin Costner.

Além do CPI, a próxima sessão também reserva a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou com uma variação positiva de 0,14%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA recuou a 4,3576%, de 4,424% na véspera.

No Brasil, a agenda de quarta-feira destaca o IPCA de março, que também deve ajudar a calibrar as apostas sobre a taxa terminal da Selic no atual ciclo de afrouxamento monetário no país, principalmente após o Banco Central encurtar a prescrição sobre os próximos movimentos.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhou 1,05%, a 33,57 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 0,62%, a 14,71 reais. O BTG Pactual (BVMF:BPAC11) publicou relatório com uma recomendação de compra para bancos brasileiros e venda de bancos mexicanos. Os analistas ponderaram que o México ainda parece um "buy and hold" mais claro e com menos ruído, mas o desempenho pior do Brasil parece exagerado.

- B3 ON (BVMF:B3SA3) avançou 2,14%, a 12,39 reais, em meio a decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), incluindo despacho desfavorável à empresa em um caso de 5,4 bilhões de reais que questiona a amortização de ágio gerada pela incorporação de ações da Bovespa em 2008, mas também decisão favorável cancelando 1,5 bilhão de reais de um auto de infração da Receita Federal relacionado a investimento na CME Group.

- LOCALIZA ON (BVMF:RENT3) fechou em alta de 2,63%, a 55,32 reais, favorecida pelo alívio na curva de DI e respondendo por uma contribuição positiva relevante na performance do Ibovespa.

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- JBS ON (BVMF:JBSS3) valorizou-se 3,99%, a 22,41 reais, enquanto a rival BRF ON (BVMF:BRFS3) subiu 2,80%, a 17,26 reais. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) citaram em relatório reunião com a Almarai, líder em produtos avícolas da Arábia Saudita, afirmando que a conversa teve tom construtivo para os mercados de aves do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) "e, portanto, uma leitura positiva para a BRF e, em menor medida, para a JBS".

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 0,26%, a 38,73 reais, após subir a 39,14 reais na máxima do dia, ainda refletindo expectativas envolvendo a presidência da estatal e a distribuição de dividendos pela companhia. Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão sobre a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas cabe à empresa, mas destacou que o debate está bem encaminhado.