Ibovespa fecha em alta puxada por Vale e bancos; Marfrig dispara

Reuters

Publicado 29.08.2023 17:09

Atualizado 29.08.2023 18:16

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, endossado por Wall Street, com Vale e bancos entre os principais suportes, enquanto Marfrig disparou após acordo para vender determinados ativos à Minerva, que respondeu pelo pior desempenho do dia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,1%, a 118.403,61 pontos. O volume financeiro somou 20,14 bilhões de reais.

Para o analista da Terra Investimentos Luis Novaes, o movimento da bolsa nesta sessão foi orientado em parte pela mudança de perspectiva no exterior, com o mercado observando as notícias sobre a possibilidade de novos estímulos econômicos na China com certo otimismo.

Ele também destacou dados de empregos nos Estados Unidos mostrando desaceleração do mercado de trabalho, o que "contribui para a tese de que não haverá novos aumentos de juros no país, algo positivo para os ativos de risco globalmente".

Nos EUA, as vagas de emprego em aberto caíram pelo terceiro mês consecutivo em julho em 338.000, para 8,827 milhões, o nível mais baixo desde março de 2021, segundo o Departamento do Trabalho em seu levantamento mensal, ou relatório JOLTS, divulgado nesta terça-feira.

Os números trouxeram ânimo a Wall Strett, onde o S&P 500 fechou em alta de 1,45%.

De acordo com a especialista da Blue3 Investimentos Fernanda Bandeira, assim como os dados do JOLTS repercutiram nesta sessão, a quarta-feira terá divulgações relevantes nos EUA, que podem fazer preço na B3 (BVMF:B3SA3), incluindo pesquisa da ADP sobre empregos no setor privado e o PIB do segundo trimestre.

No Brasil, ela acrescentou que, além de dados econômicos, com uma agenda intensa no próximo pregão, incluindo IGP-M de agosto, as atenções devem continuar voltadas para as últimas movimentações relacionadas ao Orçamento de 2024 que será encaminhado ao Congresso nesta semana.

Falando a jornalistas em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o projeto orçamentário de 2024 será "equilibrado".

Novaes, da Terra, ainda chamou a atenção para o fluxo de notícias setoriais para explicar o desempenho do Ibovespa, incluindo a possibilidade de tratamento especial a bancos na reforma do mecanismo de juros sobre capital próprio, o que retira parte da preocupação do mercado.

h2 Destaques/h2

- MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) disparou 10,7%, a 7,45 reais, após o acordo de 7,5 bilhões de reais para vender para a Minerva instalações de abate de bovinos e ovinos no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. MINERVA ON (BVMF:BEEF3) desabou 18,26%, a 8,91 reais. Apesar de analistas considerarem a operação positiva do ponto de vista estratégico para ambas, chamaram a atenção para a piora nos níveis de endividamento da Minerva.

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- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 3,19%, a 64,97 reais, no segundo pregão seguido de alta, apesar do fechamento misto dos futuros do minério de ferro na Ásia, conforme mineradoras em outros mercados também tiveram um dia de alta. À Reuters, um executivo da Vale afirmou que a demanda por aço da China está declinante, mas não tanto quanto alguns indicadores mostram. Mais cedo no mês, a ação chegou a tocar uma mínima em quase um ano.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) avançou 1,58%, a 28,21 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) fechou com elevação de 1,18%, a 15,49 reais, em meio a expectativas relacionadas a medidas envolvendo mudanças -- e não extinção -- do mecanismo de juros sobre capital próprio (JCP). O Bank Of America também elevou os preços-alvo das ações do Itaú (de 31 para 33 reais) e do Bradesco (de 18 para 19 reais), embora tenha mantido a recomendação "neutra".

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 0,22%, a 32,4 reais, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com elevação de 1,07%, a 85,49 dólares o barril. A Petrobras assinou acordos com bancos chineses para avaliar iniciativas em baixo carbono. Também assinou um acordo de cooperação estratégica com gigante estatal chinesa de petróleo e gás CNOOC, segundo reportagem do veículo apoiado pelo governo chinês The Paper que cita a CNOOC.