Ibovespa fecha em queda com temporada de balanços sob holofotes

Reuters

Publicado 07.03.2024 18:12

Atualizado 07.03.2024 18:25

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com Petrobras entre as maiores pressões de baixa antes do resultado trimestral previsto para o final do dia, com atenção particular em um aguardado anúncio sobre dividendos da petroleira.

A temporada de balanços também esteve sob os holofotes com a repercussão dos números de empresas como CSN, Taesa e Dexco, entre outros, enquanto o calendário do dia ainda reserva os dados de Arezzo (BVMF:ARZZ3), Fleury (BVMF:FLRY3) e Petz (BVMF:PETZ3).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,43%, a 128.339,76 pontos. Na máxima do dia, chegou a 129.187,69 pontos. Na mínima, foi a 128.032,56 pontos. O volume financeiro somou 19,3 bilhões de reais.

"O mercado continua a dar sinais de que nem tudo está alinhado para subir ou engatar uma direção no movimento", avaliaram analistas do Itaú BBA.

Do lado da alta, eles citam que o Ibovespa precisa renovar a máxima da semana anterior (131.700 pontos) para abrir caminho em direção à máxima de dezembro, em 134.400 pontos. Do lado da baixa, os 126.400 pontos são o sinal de alerta.

"O investidor precisará ter paciência e esperar os pontos importantes de suportes ou resistências serem perdidos ou superados para tomar uma decisão", afirmaram em relatório enviado a clientes.

No exterior, a pauta destacou decisão do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros em níveis recordes, mas deu um primeiro passo para reduzi-los, dizendo que a inflação estava diminuindo mais rapidamente do que previsto há alguns meses.

Também ocuparam as atenções dados semanais de auxílio-desemprego dos Estados Unidos, um pouco acima das previsões de economistas, enquanto o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, voltou ao Congresso norte-americano nesta quinta-feira.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,03%, tendo no radar dados do mercado de trabalho dos EUA na sexta-feira. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte americano marcava 4,0865%, de 4,104% na véspera.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 1,10%, a 40,39 reais, antes da divulgação do balanço do último trimestre do ano passado, com agentes financeiros na expectativa principalmente da decisão da estatal sobre dividendos. No exterior, o petróleo Brent fechou estável, em 82,96 dólares o barril.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 1,05%, a 33,79 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdeu 0,43%, a 13,76 reais.

- VALE ON (BVMF:VALE3) encerrou com declínio de 0,34%, a 66,52 reais, também perdendo o fôlego, após avançar mais de 1% no melhor momento da sessão, endossada pela alta dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia em alta de 1,83% após comentários de autoridades daquele país reavivarem as esperanças de mais medidas de estímulos.

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- CSN ON (BVMF:CSNA3) caiu 4,80%, a 15,85 reais, mesmo após o grupo reportar Ebitda ajustado de 3,6 bilhões de reais, 16% acima do desempenho de um ano antes, em desempenho acima do esperado por analistas. Em teleconferência, o CFO da companhia disse que a CSN apresentou oferta pelos ativos da produtora de cimento Intercement, mas acrescentou que uma eventual aquisição não muda o objetivo da companhia de reduzir a alavancagem para duas vezes até o final deste ano. Nos primeiros negócios, a ação chegou a 17,24 reais, alta de 3,5%.

- GPA (BVMF:PCAR3) ON perdeu 4,07%, a 3,54 reais, após saltar quase 7% na véspera. O varejista precifica no próximo dia 13 uma oferta de ações que pode chegar a algo em torno de 1 bilhão de reais.

- DEXCO ON (BVMF:DXCO3) perdeu 4,12%, a 7,68 reais, tendo no radar balanço mostrando queda de 62% no lucro líquido recorrente do quarto trimestre do ano passado, para 77,5 milhões de reais. O Ebitda ajustado e recorrente somou 404,5 milhões de reais, avanço de 10,5% ano a ano.

- LOCALIZA ON (BVMF:RENT3) avançou 3,58%, a 53,17 reais, no segundo dia de recuperação, após uma sequência de cinco pregões de baixa, em que acumulou um declínio de 6,75%. Na véspera, analistas do Itaú BBA reiteraram classificação "outperform" para as ações, destacando que há uma "transformação silenciosa" ocorrendo na companhia, que pode mudar com investidores veem a companhia.

- TIM ON (BVMF:TIMS3) subiu 2,37%, a 18,56 reais, na esteira de previsões divulgadas pela companhia, entre elas estimativa de Ebitda crescendo de 7% a 9% em 2024. A operadora de telefonia também projetou remuneração a acionistas de cerca de 12 bilhões de reais entre 2024 e 2026.