Ibovespa fecha em queda com Vale e cautela antes de Powell

Reuters

Publicado 05.03.2024 18:06

Atualizado 05.03.2024 18:30

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma queda modesta nesta terça-feira, pressionado particularmente pelas ações da Vale, com agentes financeiros na expectativa por fala do chair do Federal Reserve a um comitê do Congresso norte-americano na quarta-feira.

O noticiário corporativo também movimentou a bolsa paulista, com resultado trimestral da Vibra e oferta de ações do GPA (BVMF:PCAR3), além de "upgrade" para as ações da Cogna e ruídos envolvendo Azul e Gol (BVMF:GOLL4).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,19%, a 128.098,11 pontos. Na máxima do dia, chegou a 128.989,02 pontos. Na mínima, a 127.823,31 pontos.

O volume financeiro somou 20,5 bilhões de reais.

Jerome Powell fará seu testemunho semestral ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados na quinta-feira, que deve centralizar o foco das atenções de um mercado ansioso por sinais sobre quando o Fed começará a reduzir os juros.

De acordo com o sócio e especialista da Blue3 Investimentos Leonardo Neves, a expectativa é de que Powell traga mais pistas sobre a estratégia monetário do banco central norte-americano, o que "direcionará as perspectivas econômicas dos EUA".

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 1,02%, em meio a uma nova bateria de dados econômicos, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,1389%, de 4,219% na véspera.

A China corroborou com o viés mais negativo, após o governo estabelecer uma meta de crescimento econômico para 2024 de cerca de 5%, perto da expansão de 5,2% de 2023, enquanto dados mostraram que a atividade de serviços perdeu força em fevereiro.

"Sob o olhar da análise gráfica, o cenário é que se o Ibovespa não prosperou como deveria, também não desconfigurou para baixo", avaliaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista nesta terça-feira.

Por ora, eles afirmaram que o índice precisa renovar a máxima da semana anterior (131.700 pontos) para abrir caminho em direção à máxima de dezembro, em 134.400 pontos. Do lado da baixa, a região de 126.400 pontos é o sinal de alerta.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) fechou negociada em baixa de 1,32%, a 65,85 reais, em meio a um desempenho misto dos futuros do minério de ferro na Ásia, com metas econômicas da China, o que pesava também em outras ações do setor de mineração e siderurgia na B3 (BVMF:B3SA3). No caso específico da Vale, o papel também segue pressionado por ruídos envolvendo eventuais mudanças no comando da mineradora. O BTG Pactual (BVMF:BPAC11) cortou a recomendação da ação para "neutra".

- VIBRA ON (BVMF:VBBR3) recuou 5,50%, a 25,10 reais, em meio à repercussão do balanço do quarto trimestre do ano passado, quando a distribuidora de combustíveis registrou lucro líquido de 3,3 bilhões de reais, superior ao resultado de 566 milhões no mesmo período de 2022. A companhia disse que buscará recuperar participação no mercado de combustíveis aos poucos.

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- COGNA ON (BVMF:COGN3) avançou 5,43%, a 2,72 reais, favorecida por relatório de analistas da XP (BVMF:XPBR31) elevando a recomendação dos papéis a "compra" e o preço-alvo a 4,2 reais, avaliando que setor de educação parece estar caminhando para outra temporada positiva de captações de alunos, enquanto a alavancagem da empresa, que era uma preocupação, pode ser menor do que calculavam.

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) valorizou-se 4,17%, a 3,75 reais, recuperando-se da perda de mais de 3% da véspera. Analistas chamando a atenção para dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostrando adições líquidas de novos beneficiários pela Hapvida, com crescimento nas duas verticais da empresa.

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) subiu 3,87%, a 12,36 reais, em meio a uma reportagem da Bloomberg de que a companhia está trabalhando com Citigroup e Guggenheim Partners em uma oferta potencial pela Gol. A B3 pediu esclarecimento à Azul. GOL PN, que não faz mais parte do Ibovespa, encerrou com elevação de 2,78%, a 2,59 reais.

- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) caiu 4,74%, a 21,09 reais, em sessão de ajustes, após três altas seguidas, período em que acumulou uma elevação de mais de 7%.

- GPA ON perdeu 4,17%, a 3,45 reais, após anunciar oferta primária de ações que pode alcançar em torno de 1 bilhão de reais considerando o preço de fechamento da véspera. Na mínima, mais cedo, chegou a cair a 3,38 reais. O varejista já havia sinalizado planos para o follow-on. E as ações já tinham recuado nas últimas três sessões, acumulando no período uma perda de 18,4%. O GPA espera precificar a oferta em 13 de março.