Ibovespa tem menor fechamento desde junho em dia de queda em NY e divulgações internas

Reuters

Publicado 26.09.2023 17:09

Atualizado 26.09.2023 18:00

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda de mais de 1% nesta terça-feira, no menor fechamento em mais de três meses, influenciado pelas perdas em Wall Street, já que a perspectiva de uma política monetária restritiva por mais tempo nos Estados Unidos ainda pesava nos índices acionários, enquanto, no Brasil, investidores digeriram a ata do Copom e novos dados de inflação.

Entre as ações, Vale e Petrobras foram as maiores contribuições negativas ao índice, enquanto Eletrobras e BRF ficaram na ponta contrária.

Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 1,49%, a 114.193,43 pontos, quarta queda seguida e menor patamar desde 5 de junho. O volume financeiro da sessão somou 23,1 bilhões de reais.

"Vejo o mercado acionário como um todo afetado. Aversão ao risco total", disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Corretora, citando expectativa de potencial novo aumento de juros nos EUA neste ano, impasse sobre Orçamento no Congresso norte-americano, dificuldades enfrentadas pelo setor imobiliário na China e a questão fiscal brasileira.

Em Nova York, os três principais índices acionários fecharam no vermelho com quedas superiores a 1%, à medida que os títulos de dez anos do governo norte-americano se mantiveram ao redor das máximas em anos depois que o Federal Reserve indicou potencial alta de juros ainda em 2023.

Localmente, o Banco Central defendeu uma "atuação firme" para reduzir as expectativas de inflação, conforme a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã. No documento, a autoridade também apontou uma divergência entre seus diretores em relação à dinâmica de preços, principalmente no setor de serviços.

Analistas do Citi disseram, em relatório a clientes que a ata "reforça o ritmo de cortes (nos juros) de 50bps à frente".

Além disso, também pela manhã, saiu a inflação medida pelo IPCA-15, que subiu 0,35% em setembro, pressionada pelo aumento dos preços da gasolina, com a taxa em 12 meses chegando a 5,0%. Projeções compiladas pela Reuters apontavam alta de 0,38% no mês e avanço de 5,01% em 12 meses.

"Estruturalmente os componentes da inflação não foram tão brandos, com serviços surpreendendo para cima, bem como sua agregação subjacente", escreveu Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, em comentário a clientes.

Com o desempenho desta terça-feira, o Ibovespa acumula quedas de 1,57% na semana e de 1,34% no mês.

"Continuamos olhando o desempenho dos títulos nos Estados Unidos, dados macro da economia e o próprio cenário fiscal aqui no radar, para verificar se esse movimento de bolsa se mantém no campo negativo", disse Bruna Centeno, sócia e especialista da Blue3 Investimentos.

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DESTAQUE

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 1,56%, a 65,56 reais. Os futuros do minério de ferro ampliaram as quedas nesta terça-feira, com os investidores realizando lucros antes dos próximos feriados na China e com as preocupações sobre a demanda crescendo em meio à desaceleração da reposição de estoques e aos iminentes cortes na produção de aço na segunda maior economia do mundo.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 2,31%, a 33,46 reais, após duas sessões seguidas de alta, mesmo com a alta de 0,72% dos preços do petróleo Brent.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 1,48%, a 26,6 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 1,06%, a 13,96 reais, contaminados pelo movimento mais vendedor na bolsa.