Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras com receio sobre dividendos

Reuters

Publicado 28.02.2024 18:36

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, abaixo dos 131 mil pontos, pressionado particularmente pelo tombo de mais de 5%das ações da Petrobras, em meio a preocupações sobre o montante de dividendos a ser distribuído pela estatal.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,16%, a 130.155,43 pontos. Na máxima do dia, chegou a 131.684,56 pontos. Na mínima, a 129.770,76 pontos. O volume financeiro somou 23,9 bilhões de reais.

Na visão do chefe da EQI Research, Luís Moran, o Ibovespa tem oscilado principalmente com o cenário macro internacional e eventos específicos de alguns papéis, em especial aqueles com maior peso no índice, como o caso de Petrobras nesta sessão.

Ele reforçou, no entanto, que o Ibovespa continua em um patamar razoável, principalmente considerando a saída de estrangeiros da bolsa paulista, o que sugere um mercado "saudável, com vontade de subir".

Dados da B3 (BVMF:B3SA3) até o dia 26, mostram que o capital externo no segmento Bovespa está negativo em 10,87 bilhões de reais em fevereiro, acumulando no ano déficit de 18,77 bilhões de reais.

Em Wall Street, os principais índices acionários também terminaram o dia no vermelho, em sessão marcada por dados revisados sobre o PIB norte-americano. O S&P 500 encerrou com declínio de 0,17%.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caiu 5,16%, a 40,43 reais, enquanto PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) recuou 5,39%, a 41,60 reais, equivalente a uma perda de quase 30 bilhões de reais em valor de mercado. A correção de baixa foi desencadeada por declarações do presidente-executivo sinalizando uma postura mais conservadora em relação à remuneração aos acionistas da petroleira. Perto do fechamento do pregão, a Petrobras divulgou comunicado afirmando que não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos ainda não declarados. A expectativa de dividendos ainda expressivos tem apoiado os papéis, que registraram recentemente novas máximas históricas. Em 2024, as PNs ainda acumulam alta de 8,57%. No exterior, o barril de petróleo Brent fechou com variação positiva de 0,04%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) cedeu 1,10%, a 66,74 reais, também pesando no Ibovespa, com a ajustes após forte alta na véspera, tendo como pano de fundo para a sessão um desempenho misto dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia.

- IRB (BVMF:IRBR3)(RE) ON perdeu 5,45%, a 39,06 reais, mesmo após reportar lucro líquido de 114 milhões de reais no ano de 2023, revertendo prejuízo de 630 milhões um ano antes. Analistas do Safra consideraram os resultados negativos para as ações, uma vez que permitem inferir o desempenho de dezembro (lucro de cerca de 4 milhões de reais, acumulando no quarto trimestre um resultado positivo em torno de 38 milhões de reais, abaixo de previsões no mercado). "E o quadro está longe de ser bom", afirmaram em nota enviada a clientes, avaliando que o fraco desempenho operacional do IRB perdurará por mais tempo.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

- GPA (BVMF:PCAR3) ON disparou 11,93%, a 4,41 reais, em mais um dia de forte recuperação, após tocar uma mínima desde o começo de dezembro na segunda-feira, a 3,50 reais. A reação dos papéis encontrou respaldo na aprovação por um tribunal em Paris da reestruturação do Casino, seu principal acionista. No setor, ASSAÍ ON fechou em queda de -4,76%, enquanto CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) perdeu -3,78%.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhou 0,06%, a 34,80 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) recuou 0,43%, a 13,96 reais. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3), que promove evento com investidores e analista na quinta-feira, terminou com variação positiva de 0,20%, a 58,75 reais.