Ibovespa fecha em queda pressionado por Wall St e tombo de WEG

Reuters

Publicado 25.10.2023 17:05

Atualizado 25.10.2023 17:51

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, pressionado pela trajetória negativa em Wall Street e avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, enquanto WEG desabou 10% após receita abaixo do esperado no terceiro trimestre.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,82%, a 112.829,97 pontos. Na máxima do dia, chegou a 114.318,65 pontos. Na mínima, a 112.680,27 pontos. O volume financeiro somou 19,8 bilhões de reais.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, caiu 1,43%, também em meio a resultado corporativos, e o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos avançava a 4,957%.

No pano de fundo dos mercados, permanece a cautela com a cena geopolítica e as incertezas com os próximos movimentos de política monetária nos Estados Unidos.

Investidores aguardam a decisão de juros do Federal Reserve na próxima semana tendo no radar um relevante dado de preços nos EUA na sexta-feira, assim como seguem monitorando o conflito Israel-Hamas, sem sinais de arrefecer.

O primeiro-ministro da Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está preparando uma invasão terrestre de Gaza, mas não forneceu detalhes sobre o momento ou outras informações sobre a operação.

"Além dessa questão complexa no exterior, o fiscal segue como um ponto de atenção para os investidores locais", acrescentou o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos.

Ele afirmou que era esperado maior agilidade do governo para aumentar a arrecadação e sinalizar o cumprimento da meta fiscal em 2024, mas eventos recentes têm demonstrado resistência do Congresso a algumas pautas com efeito positivo na arrecadação.

"Isso torna a perspectiva quanto ao fiscal mais incerta, considerando que o governo não tem demonstrado disposição para cortar gastos", acrescentou.

Parecer da reforma tributária apresentado nesta quarta-feira ampliou a previsão de verba destinada aos governos regionais e incluiu um regime favorecido a profissionais liberais, o que pode elevar a alíquota geral do novo imposto sobre o consumo.

DESTAQUES

- WEG ON (BVMF:WEGE3) desabou 10,11%, a 31,47 reais, terminando na mínima do dia e menor cotação em cerca de um ano, mesmo após alta no lucro líquido do terceiro trimestre, para 1,31 bilhão de reais, uma vez que a expansão da receita ficou abaixo das expectativas dos analistas. Para analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS), o balanço confirma suas expectativas de desaceleração nas receitas no segundo semestre, embora contraindo em um nível superior ao esperado no trimestre. "Vamos buscar entender melhor na teleconferência de amanhã qual é a perspectiva da administração sobre o crescimento da receita daqui para frente e sobre as tendências das margens", disseram.

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- GPA (BVMF:PCAR3) ON recuou 6,02%, a 3,28 reais, após o rival Carrefour Brasil reportar na véspera queda de 3,9% ano a ano nas vendas brutas no terceiro trimestre, para 28,2 bilhões de reais, com as vendas no conceito mesmas lojas recuando 3,7%. CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) fechou em baixa de 2,16%, a 8,62 reais.

- CASAS BAHIA ON caiu 5,88%, a 0,48 real, após o conselho de administração da varejista aprovar na terça-feira proposta de grupamento de ações na proporção de 25 para 1, bem como convocação de assembleia geral extraordinária para deliberar sobre o tema em 16 de novembro. No setor, MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) fechou em alta de 2,13%, a 1,44 real, revertendo a queda em parte do pregão, que chegou a 7,8% no pior momento, quando a ação foi negociada a 1,3 real.

- GOL PN avançou 1,60%, a 7,60 reais, em véspera de divulgação do balanço trimestral, previsto para antes da abertura da bolsa brasileira na quinta-feira. Na semana passada, a companhia aérea estimou um prejuízo por ação de cerca de 0,70 real no terceiro trimestre deste ano. Em outubro, as ações da Gol (BVMF:GOLL4) acumulam alta de quase 15%. No setor, AZUL PN (BVMF:AZUL4) recuou 2,65%, a 12,85 reais.

- NATURA&CO ON caiu 5,06%, a 12,75 reais, tendo como pano de fundo relatório do JPMorgan (NYSE:JPM) cortando preço-alvo das ações de 25 para 19 reais, mas mantendo a recomendação "overweight". No relatório, eles citam que o nível de ruído em torno dos resultados deverá permanecer elevado, dadas as mudanças estruturais que estão sendo implementadas na Avon e que deverão conduzir à contração das vendas, apesar de aumentarem a margem e o lucro por ação. A fabricante de cosméticos divulga seu balanço do terceiro trimestre no dia 14 de novembro.

- SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) cedeu 1,75%, a 26,99 reais, após avançar a 28,44 reais na máxima na abertura, em meio à repercussão do balanço do terceiro trimestre, que mostrou queda na inadimplência na base trimestral, mas recuo na margem financeira bruta. Analistas do Citi avaliaram que o foco do banco no ajuste do perfil de risco na originação está começando a mostrar resultados, particularmente nas tendências de qualidade dos ativos. Mas ponderaram que as pressões na margem financeira continuam. O CEO do banco disse que a instituição segue focada em rentabilidade e não está "em corrida por clientes".

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) terminou com acréscimo de 0,19%, a 27,04 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,28%, a 14,14 reais. Itaú reporta seu resultado no dia 6 de novembro, após o fechamento do mercado. Bradesco divulga no dia 9 de novembro, também no final do dia.