Ibovespa fecha no azul com ajuda de Petrobras, mas sem fôlego para 114 mil pontos

Reuters

Publicado 18.08.2022 17:31

Atualizado 18.08.2022 18:16

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa assegurou o sinal positivo no fechamento desta quinta-feira, apoiado no avanço das ações da Petrobras, mas não teve fôlego para fechar acima dos 114 mil pontos em meio a movimentos de realização de lucros.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,09%, a 113.812,87 pontos. Na máxima, chegou a 114.375,45 pontos, maior patamar intradia desde 20 de abril. O volume financeiro na bolsa somou 23,6 bilhões de reais.

A sessão marcou a quinta alta seguida. Em agosto, até o momento, o Ibovespa recuou em apenas duas sessões (dias 1 e 11), com a alta acumulada no mês superando 10%, em parte, refletindo expectativa de que o ciclo de alta da Selic acabou ou está perto disso.

O superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, também chamou a atenção para a entrada de estrangeiros na bolsa em agosto como um componente que deve manter a tendência positiva para as ações brasileiras, mesmo que as altas sejam "tímidas".

O Brasil, segundo ele, ainda está "melhor na foto" do que outros emergentes, como Rússia e China, para atrair fluxo de capital externo.

De acordo com dados da B3 (BVMF:B3SA3), as entradas de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro superavam as saídas em 11,9 bilhões de reais em agosto.

O analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, também destacou as compras de estrangeiros como fator para o rali, mas observa que há uma pressão para correção, que já vem ocorrendo em papéis com menor representatividade no Ibovespa.

Ele também chamou atenção para o fato do ritmo da alta de juros nos EUA ainda estar em aberto. "Tem um medo bastante grande de que os EUA enfrentem uma recessão no curto prazo, que o Fed tenha que ser mais duro dada a inflação persistente."

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 2,01%, a 33,42 reais, e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) avançou 1,32%, a 36,81 reais, renovando marcas históricas, beneficiadas nesta sessão pela alta do petróleo no exterior. O Brent, referência usada pela companhia, fechou com elevação de 3,14%. No setor, 3R PETROLEUM ON avançou 4,43%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) fechou com variação negativa de 0,75%, a 67,72 reais, sem fôlego para se recuperar da perda de 2,5% na quarta-feira. De pano de fundo nesta sessão, os preços do minério de ferro caíram em Dalian, na China, mas o contrato futuro negociado em Cingapura subiu. CSN (BVMF:CSNA3) MINERAÇÃO ON recuou 2,24%, após alta de 4,4% na véspera.

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- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 0,29%, a 27,27 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 0,61, a 19,86 reais. O Bank of America (NYSE:BAC) reiterou recomendação de "compra" para Itaú e Bradesco, bem como elevou os respectivos preços-alvo das ações para 34 e 26 reais, respectivamente.

- NATURA&CO ON valorizou-se 5,31%, a 15,07 reais, em sessão de ajustes, após sofrer na esteira da divulgação do resultado do segundo trimestre. Desde a divulgação dos números até a véspera, o papel caiu mais de 10%.

- POSITIVO ON avançou 3,17%, a 10,75 reais, ampliando a alta em agosto, ainda embalada pelo resultado na semana passada e perspectiva para o segundo semestre. O papel está entre os que se beneficiam da perspectiva de que o ciclo de alta dos juros no Brasil pode ter acabado ou está próximo do fim. No setor de tecnologia, TOTVS ON (BVMF:TOTS3) subiu 3,36%.