Ibovespa mostra fraqueza com Petrobras minando efeito de alívio na curva de juros

Reuters

Publicado 04.10.2023 11:56

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava fraqueza nesta quarta-feira, pressionado principalmente pela queda das ações da Petrobras na esteira do declínio dos preços do petróleo no exterior, enquanto o alívio na curva de juros apoiava papéis de empresas sensíveis à economia doméstica.

Investidores também continuam acompanhando os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, que mostram certa acomodação após renovarem mais cedo máximas desde 2007.

Às 11h14, o Ibovespa caía 0,11%, a 113.289,7 pontos, após acumular perda de 2,7% nas primeiras duas sessões da semana. Na véspera, o índice fechou na mínima em quatro meses e na máxima, mais cedo, chegou a subir a 113.792,02 pontos. O volume financeiro somava 4,65 bilhões de reais.

Em Wall Street, o S&P 500 tinha acréscimo de 0,1%, conforme dados da ADP mostraram que a criação de vagas no setor privado dos EUA desacelerou com força em setembro, mas as encomendas à indústria subiram acima do previsto, assim como a atividade de serviços continuou crescendo.

Para o superintendente de research para pessoas físicas da Ágora Investimentos, José Cataldo, o começo da sessão no exterior pareceu ser de recomposição parcial de alguns exageros que possam ter sido precificados durante o sell-off da véspera, conforme relatório enviado a clientes.

Cataldo avalia, contudo, que, a dois dias da divulgação do relatório do governo norte-americano sobre o mercado de trabalho dos EUA, investidores devem evitar assumir posições muito arriscadas, o que deve inspirar cautela no mercado brasileiro.

No noticiário local, também repercutia a notícia de que o parecer do relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei sobre fundos exclusivos e offshore não incluiu mudanças nas regras do mecanismo de Juros sobre Capital Próprio (JCP). A previsão é que a votação do texto na Câmara ocorra nesta semana.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 2,56%, a 33,10 reais, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent era negociado em baixa de 2,75%. Arábia Saudita e da Rússia prometeram continuar cortando produção até ao final de 2023, mas o efeito era compensado pelos receios relativos à demanda por causa do cenário macroeconômico. Um painel ministerial da Opep+ que se reuniu nesta quarta-feira não fez alterações na atual política de produção de petróleo do grupo. No setor, PRIO ON caía 1,28%, a 44,59 reais, tendo ainda no radar dados operacionais referentes a setembro.

- AREZZO ON valorizava-se 3,69%, a 63,99 reais, com o setor como um todo beneficiado pelo alívio na curva de juros local, mas também tendo como pano de fundo relatório do JPMorgan (NYSE:JPM) que elevou recomendação das ações para "overweight". Os analistas do banco norte-americano também deram "upgrade" para Lojas Renner e Vivara (BVMF:VIVA3), em relatório com ajustes também nas estimativas e preços-alvo das companhias e de outras empresas do setor. LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) subia 1,28%, a 12,69 reais, e VIVARA ON, que não faz parte do Ibovespa, avançava 3,96%, a 27,05 reais.

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- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) avançava 1,63%, a 1,87 real, acompanhando a recuperação generalizada em papéis sensíveis a juros, com o índice do setor de consumo trabalhando em alta de 0,53%. No mesmo contexto, o índice do setor imobiliário subia 1,23%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 0,86%, a 66,01 reais, ampliando a queda na semana, marcada pela ausência do referencial de preços do minério de ferro na China em razão de feriado no país asiático.

- B3 ON (SA:B3SA3) tinha elevação de 0,96%, a 11,60 reais, em dia de ajustes, após perder 6,5% nos dois pregões anteriores. Os primeiros pregões de outubro mostraram volumes bem abaixo da média do ano.