Ibovespa opera estável com peso de bancos e alta de Petrobras

Reuters

Publicado 07.04.2022 12:00

Atualizado 07.04.2022 13:35

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa de valores de São Paulo alternava perdas e ganhos nesta quinta-feira, após três quedas seguidas, sob influência negativa do setor financeiro e de Vale, enquanto a Petrobras avançava, após nova indicação do governo à presidência da companhia e com alta dos preços do petróleo.

Às 11h42, o Ibovespa caía 0,16%, a 118.040,23 pontos. O volume financeiro era de 7,6 bilhões de reais.

"O Ibovespa subiu forte dos 108 mil pontos até os 121 mil pontos, sem fazer correção. Por isso, o mercado está testando uma correção e ainda assim sem força", diz Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton Investimentos.

A cena local está recheada de declarações de autoridades incluindo falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. [nE6N2VL01T]

O mercado também avalia o anúncio pelo presidente Jair Bolsonaro sobre redução na tarifa de energia a partir do meio de abril, o que impacta inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) referente à março será divulgado na sexta-feira. O mercado vai analisar o número de perto, já que o dado pode calibrar apostas sobre quando o BC deve encerrar o ciclo de alta da Selic.

Marcelino, da Necton, esperava movimento mais positivo de ações sensíveis aos juros, como as do setor de tecnologia, dada a notícia sobre a tarifa de energia e afirmou que "mercado pode estar aguardando os números de inflação para ter uma sinalização mais forte se o ciclo de aumento de juros vai parar em somente mais um aumento de 1 ponto percentual ou se teremos mais alta para conter a inflação ascendente".

Os mercados de ações norte-americanos operavam em queda leve, ainda sob efeito da ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos, divulgada na véspera. A ata deu mais detalhes sobre o plano da instituição de reduzir o balanço patrimonial.

Nesta quinta-feira foi a vez da ata da reunião do Banco Central Europeu ser divulgada. As autoridades do BCE se mostraram dispostas a reverter os estímulos monetários na reunião realizada em 10 de março e argumentaram que as condições para elevação dos juros foram atendidas ou estão prestes a ser atendidas.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e ON subiam 2,8% e 2,6%, respectivamente, após o governo federal indicar José Mauro Ferreira Coelho, ex-secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, para a presidência da estatal. Marcio Andrade Weber foi indicado para liderar o conselho de administração. Analistas do Itaú BBA observaram que Coelho é a favor da autonomia da Petrobras para definir e executar sua própria política de preços. Além disso, o petróleo subia levemente de mínima de três semanas na sessão anterior, com temores com oferta pesando sobre os preços.

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- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) disparava 6,9%, em meio a notícias sobre venda da participação dos controladores. A gestora norte-americana Apollo Capital fez uma oferta não-vinculante para adquirir a participação da Novonor, segundo o Valor Econômico, enquanto O Estado de S. Paulo publicou que a Novonor e a Petrobras voltaram a procurar um comprador no mercado privado, após uma oferta de ações da empresa em bolsa ser interrompida no início do ano. A Petrobras negou que esteja estruturando operação privada.

- VALE ON (SA:VALE3) cedia 0,3%, após minério de ferro cair 3% na China. Siderúrgicas também recuavam.

- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caía 0,9%, BRADESCO PN (SA:BBDC4) perdia 0,8% e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) diminuía 0,9%. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) operava em alta de 0,4%. Ainda no setor financeiro, B3 ON (SA:B3SA3) tinha queda de 1,3%.

- ELETROBRAS PN (SA:ELET6) ganhava 0,7%, em meio a debate público sobre a modelagem da capitalização da companhia de energia elétrica. A modelagem será avaliada "em breve" pelo Tribunal de Contas da União, disse nesta quinta-feira o relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, sem especificar uma data.