Ibovespa recua após dado mais forte de inflação nos EUA; Petrobras sobe

Reuters

Publicado 10.04.2024 12:27

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, após um dado de inflação nos Estados Unidos reduzir apostas de um corte de juros pelo Federal Reserve ainda no primeiro semestre, mas o sinal negativo era atenuado pela forte alta das ações da Petrobras, após a estatal anunciar descoberta de petróleo na Margem Equatorial.

Às 12:17, o Ibovespa caía 1,08%, a 128.483,39 pontos. Na mínima, chegou a 128.379,01 pontos. O volume financeiro somava 7,9 bilhões de reais.

Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters, porém, previam alta de 0,3%.

"O dado mostra a resiliência da inflação e tem impacto direto nas expectativas de juros pelo Fed", disse o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves.

Ele explicou que o CPI reduz consideravelmente a possibilidade de cortes de juros já em junho, dado que toda a comunicação do Fed tem defendido a importância de se observar os dados e ver uma evolução favorável para mudanças na política monetária.

"O dado de hoje definitivamente não mostra essa evolução positiva", avaliou.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedia 1,06%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA avançava a 4,4947%, de 4,366% na véspera. Na máxima, chegou a 4,511%.

Após a divulgação, os juros futuros norte-americanos passaram a precificar que o Fed deve realizar um primeiro corte de 0,25 ponto percentual em sua reunião de 17 e 18 de setembro, levando a taxa para uma faixa de 5% a 5,25%, com apenas mais um corte provável até o final do ano.

Tanto operadores quanto analistas esperavam, até esta manhã, três cortes este ano, um cenário presente nas projeções divulgadas pelo Fed no mês passado.

Os preços ao consumidor também eram destaque na agenda macroeconômica local, mas, diferentemente dos EUA, o IPCA desacelerou com força em março, apurando alta de 0,16%, menor do que o previsto por economistas. A taxa em 12 meses ficou abaixo de 4% pela primeira vez desde julho de 2023.

"A dinâmica da inflação apoia a continuação de um ciclo de flexibilização gradual, mas a dinâmica subjacente à inflação nos serviços básicos ainda merece atenção", afirmou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs (NYSE:GS), Alberto Ramos, em relatório a clientes.

Ele acrescentou que fatores como um cenário apertado do mercado de trabalho, um crescimento robusto dos salários, uma política fiscal e parafiscal expansionista, expectativas de inflação para 2024 e a médio prazo ainda não ancoradas exigem cautela na calibração de curto prazo da política monetária.

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