Ibovespa recua com atenções voltadas a decisões de juros e balanços

Reuters

Publicado 22.03.2023 11:00

Atualizado 22.03.2023 14:06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, marcada por decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil, com agentes financeiros também atentos a resultados corporativos, com Vibra desabando mais de 8% após forte queda no lucro do quarto trimestre.

Às 10:50, o Ibovespa caía 0,6%, a 100.390,12 pontos. O volume financeiro somava 2,4 bilhões de reais.

No mesmo horário, o contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 12 de abril, cedia 0,75%, a 101.060 pontos.

Para a equipe da Tullett Prebon Brasil, dificilmente haverá surpresas nas decisões do Federal Reserve - com alta de 0,25 ponto percentual - e do Banco Central brasileiro - que deve manter a Selic nos atuais 13,75% ao ano.

"A maior importância é atribuída ao conteúdo dos comunicados, que poderão dar maiores indícios de como BC e Fed enxergam a trajetória de juros para as próximas reuniões", afirmou em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira.

O Fed anuncia sua decisão às 15h (horário de Brasília), seguida por coletiva de imprensa do chair, Jerome Powell (15h30). No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua deliberação após o fechamento do mercado.

Ainda no radar do mercado brasileiro estavam notícias de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou as indicações de Rodolfo Fróes para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central e de Rodrigo Monteiro para a área de Fiscalização.

A equipe da Tullett Prebon Brasil considerou positiva a revelação para as diretorias "sem muita surpresa e ruídos".

DESTAQUES

- VIBRA ON desabava 7,16%, a 13,23 reais, em meio à queda de 44,8% no lucro líquido no quarto trimestre do ano passado, a 566 milhões de reais, enquanto o Ebitda ajustado atingiu 1,581 bilhão de reais no trimestre, recuo de 1,1%, pressionado por efeitos não recorrentes.

- JBS ON (BVMF:JBSS3) recuava 4,55%, a 18,27 reais, após reportar quedas expressivas no lucro do quarto trimestre e de 2022, com a empresa sofrendo impacto de maiores custos dos grãos no mundo e do boi nos Estados Unidos. A diretoria da companhia também disse que "será seletiva" em relação ao lançamento de programas de recompra de ações e também no que diz respeito a aquisições, dada a instabilidade nos mercados internacionais.

- POSITIVO ON, que não faz parte do Ibovespa, disparava 18,06%, a 7,78 reais, tendo no radar salto no lucro líquido ajustado do quarto trimestre a 137 milhões de reais, enquanto a margem bruta disparou 15,3 pontos percentuais. A companhia ainda estimou receita bruta este ano entre 5,5 bilhões e 6,5 bilhões de reais.

- EZTEC (BVMF:EZTC3) ON tinha elevação de 3,53%, a 12,9 reais, endossada por relatório do Itaú BBA elevando a recomendação da ação para "outperform", citando principalmente valuation. No setor, MRV ON (BVMF:MRVE3) subia 2,23%, a 7,33 reais, ainda endossada por expectativas relacionadas ao Minha Casa Minha Vida.

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- TUPY ON, que não está no Ibovespa, subia 3,51%, a 24,5 reais, após assinar contratos de fornecimento junto a montadoras de caminhões na América do Norte e picapes para a América do Sul, com previsão 650 milhões de reais em receita anual.

- COPEL PNB (BVMF:CPLE6) desvalorizava-se 0,15%, a 6,57 reais, perdendo fôlego após ganhos mais expressivos no começo do pregão, na sequência do resultado do quarto trimestre de 2022, com expansão de 57,4% no lucro líquido, bem como previsão de que a oferta de ações visando sua privatização deverá ser realizada no segundo semestre deste ano.