Ibovespa recua com fala de Trump sobre China no radar

Reuters

Publicado 29.05.2020 11:48

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava alguma fraqueza no último pregão de maio, em meio à cautela diante de um discurso que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu fazer sobre a China nesta sexta-feira, que pode agravar a tensão entre os dois gigantes econômicos.

O mês, contudo, caminha para um resultado positivo, conforme perspectiva de recuperação da economias no mundo na esteira do afrouxamento das restrições para combate ao Covid-19 e juros em mínimas recordes no mundo, incluindo Brasil, favoreceram o apetite a ativos de risco.

Às 11:46, o Ibovespa caía 1,31 %, a 85.810,48 pontos. O volume financeiro era de 6,9 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumula alta de 4,6%. No mês, sobe 6,8%. Ainda assim, permanece distante da máxima histórica intradia de 119.593,10 pontos, registrada em 24 de janeiro, quando a pandemia do novo coronavírus parecia restrita à China.

"Um acirramento das tensões sino-americanas tem configurando uma das maiores ameaças para a recuperação dos mercados desde o fim da semana passada", observou a equipe da Guide Investimentos, em relatório a cliente.

Além das questões comerciais e da pandemia, os atritos entre Washington e Pequim envolvem medidas norte-americanas contra abuso de minorias muçulmanas na China e as últimas investidas do governo chinês em Hong Kong, considerado pelos EUA como uma ameaça à autonomia da região.

No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre mostrou contração de 1,5% frente ao últimos três meses de 2019, em linha com o esperado, e retração de 0,3% sobre o resultado do primeiro trimestre do ano passado, um pouco abaixo do declínio de 0,4% estimado em pesquisa Reuters.

O fechamento da semana também deve ser influenciado pelas operações relacionadas ao rebalanceamento dos MSCI Global Standard Indexes. Entre as ações brasileiras, foram excluídos os papéis da Embraer e adicionados os de Copel (SA:CPLE6) e CPFL Energia (SA:CPFE3).

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) perdia 1,67%, em movimento alinhado à queda dos preços do petróleo no mercado externo. PETROBRAS ON (SA:PETR3) cedia 1,61%.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 1,5%, com os bancos novamente entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa. BRADESCO PN (SA:BBDC4) caía 3% e BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) perdia 3,25%.

- VALE ON (SA:VALE3) avançava 2,81%, fornecendo algum suporte ao Ibovespa, com os contratos futuros de minério de ferro negociados na China subindo mais de 6% nesta sexta-feira e alcançando o quinto ganho semanal consecutivo. A mineradora informou nesta sexta-feira que conseguiu na Justiça a manutenção das operações do complexo de minério de ferro de Itabira (MG), após obter decisão favorável em uma ação judicial,. No setor de mineração e siderurgia, CSN ON (SA:CSNA3) disparava 8,22%, USIMINAS PNA (SA:USIM5) subia 3,17% e GERDAU PN (SA:GGBR4) perdia 1,77%.

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- EMBRAER ON (SA:EMBR3) disparou 9,74% e entrou em leilão, após a Reuters noticiar que fabricantes estrangeiros de aviões estão rondando a companhia semanas após a Boeing abandonar os planos para uma combinação histórica na aviação comercial, conforme fontes familiarizadas com o assunto.

- MRV ON (SA:MRVE3) mostrava queda de 3,3%, após reportar queda no lucro do primeiro trimestre, uma vez que o aumento das provisões esperadas para inadimplência e a concessão de maiores descontos mostraram os primeiros impactos da pandemia da Covid-19 sobre as margens da construtora. Em teleconferência, executivos da construtora afirmaram que decidirão mais para o final do ano sobre manutenção de política de dividendos.