Ibovespa recua com pressão de Petrobras, Eletrobras e cautela sobre juros nos EUA

Reuters

Publicado 11.04.2024 17:06

Atualizado 11.04.2024 18:05

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caiu nesta quinta-feira, com pressão negativa de Eletrobras e Petrobras contrapondo o fechamento mais favorável dos índices em Wall Street, ainda com cautela em relação ao momento do primeiro corte de juros pelo Federal Reserve.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,51%, a 127.396,35 pontos. Na máxima do dia, chegou a 128.051,34 pontos. Na mínima, a 127.069,43 pontos.

O volume financeiro somou 19,5 bilhões de reais.

Após uma quarta-feira impactada por receios em torno de uma aceleração da inflação norte-americana, o que poderia adiar o momento de o Fed iniciar o cíclo de cortes de juros, uma leitura um pouco mais baixa do que o esperado de preços ao produtor dos Estados Unidos nesta quinta aliviou essas preocupações.

O S&P 500 e o Nasdaq fecharam com elevação de, respectivamente, 0,74% e 1,68%. O sentimento, no entanto, não refletiu sobre o comportamento da bolsa brasileira.

Para o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, a cautela com relação à inflação nos EUA permaneceu na cena local, reverberando ainda os dados de preços ao consumidor da véspera.

"A interpretação do que está acontecendo hoje é que ele (dado de inflação) acaba sendo muito mais nocivo para mercados emergentes do que para o próprio mercado norte-americano."

O rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,5804% no final da tarde.

Na visão de Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital, questões domésticas também têm pesado sobre o índice. "A gente vê um fiscal mais complicado, uma política mais expansionista em relação a gastos, e tudo isso assusta o investidor estrangeiro."

O sócio e head de análise da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, também corroborou as falas de Carvalho, apontando que o indicador tem caminhado "de lado" desde o ajuste pós-rali do final do ano passado, quando o Ibovespa alcançou recordes.

DESTAQUES

- ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) caiu 4,62% a 38,84 reais, ampliando queda da véspera em sessão negativa para o setor elétrico. Os preços de contratos de energia elétrica negociados no mercado livre despencaram após a divulgação da atualização de estimativas para o crescimento da carga no Brasil por parte de órgãos do setor elétrico ligados ao Ministério de Minas e Energia, conforme relatório do Itaú BBA. Segundo o banco, o movimento é negativo para companhias elétricas que possuem grandes volumes de energia descontratados disponíveis para comercializar nos próximos anos. Entre as empresas mais expostas à dinâmica de preços de curto prazo, são mencionadas Eletrobras e Copel (BVMF:CPLE6), cuja ação perdeu 3,76%.

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- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 0,73%, a 39,3 reais, enquanto PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) desvalorizou-se 0,9%, a 40,63 reais, acompanhando queda nos preços do petróleo no exterior. O diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Mauricio Tolmasquim, disse nesta quinta-feira que a empresa planeja ter duas unidades produtoras de hidrogênio verde, uma situada no Nordeste e outra no Sudeste.

- 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) subiu 2,57%, a 36,26 reais. De pano de fundo, a proposta de fusão com a Enauta (BVMF:ENAT3), que prevê finalizar o acordo de fusão com a 3R até o final do primeiro semestre. ENAUTA ON, que não pertence ao índice, subiu 2,31%, a 28,83 reais.