Ibovespa recua com tensões EUA-China e política local no radar

Reuters

Publicado 28.05.2020 12:09

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quinta-feira, em meio a movimentos de realização de lucros, tendo de pano de fundo aumento nos atritos entre China e Estados Unidos, além de tensão na cena política brasileira.

Às 12h02, o Ibovespa caía 0,84%, a 87.209,03 pontos. O volume financeiro era de 8,245 bilhões de reais.

Até a véspera, o Ibovespa acumulava na semana alta de 7%.

"O dia deve ser de volatilidade para a bolsa brasileira, depois das altas dos últimos dias", avaliam analistas da Terra Investimentos, citando que os ânimos devem azedar com conflitos dos poderes em Brasília e tensões entre China e EUA.

O Parlamento chinês aprovou nesta quinta-feira a decisão de levar adiante uma legislação de segurança nacional para Hong Kong, que vinha sendo fortemente criticada pelos Estados Unidos, que prometeu uma reação forte.

Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,4%, com agentes financeiros esperançosos de uma recuperação econômica, embora as tensões EUA-China reduzissem o fôlego.

Na cena brasileira, a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão na quarta-feira contra pessoas aliadas aos presidente Jair Bolsonaro e acusadas de envolvimento na produção e distribuição e fake news acirrou o conflito institucional envolvendo o governo, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro disse nesta quinta-feira que "não haverá mais outro dia como ontem". Visivelmente irritado, o presidente afirmou que não se pode mais aceitar que pessoas tomem decisões individuais em nome de todos e que se está armando mais uma crise para 'atrapalhar o Brasil".

Em relatório a clientes nesta quinta-feira, a equipe de estratégia global do Credit Suisse elevou a recomendação das ações brasileiras para um 'pequeno' overweight, de underweight dentro do universo de mercados emergentes.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 1,6%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no mercado externo. A petrolífera precificou na véspera emissão de títulos no valor de 3,25 bilhões de dólares, por meio da subsidiária Petrobras Global Finance.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,4% e BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedia 0,9%, após forte valorização na véspera. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) perdia 0,7%.

- VALE ON (SA:VALE3) mostrava acréscimo de 0,2%, perdendo o fôlego após subir quase 2% mais cedo, apesar de novo avanço nos preços do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA (SA:USIM5) subia 5,1% e CSN ON (SA:CSNA3) ganhava 2,9%, enquanto GERDAU PN (SA:GGBR4) cedia 0,8%.

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- RUMO ON (SA:RAIL3) caía 3%, após prejuízo no primeiro trimestre, refletindo menores volumes transportados, ajustes em instrumentos financeiros e pagamento de outorga de concessão.

- IRB BRASIL (SA:IRBR3) RE avançava 6,1%, no segundo dia de alta, conforme segue volátil em meio a uma série de adversidades que fizeram o preço de suas ações despencar 80% em 2020.