Ibovespa recua com volume menor e pode ter pior mês desde março de 2020

Reuters

Publicado 29.06.2022 17:47

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira e arrisca ter o pior desempenho mensal desde os primeiros momentos da pandemia no país, em meio a temores de recessão nos Estados Unidos e preocupações com o cenário fiscal no Brasil.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,96%, a 99.621,58 pontos, após tocar 101.313,08 pontos na máxima do dia e 99.218,13 pontos no pior momento da sessão.

Com tal desempenho, o Ibovespa acumula agora queda de 10,53% em junho, que se confirmada será a pior performance mensal desde março de 2020, quando desabou 29,9%, duramente afetado pelo alastramento da pandemia pelo Brasil.

O volume financeiro nesta quarta-feira somou apenas 20 bilhões de reais, abaixo da média diária de 28,3 bilhões de reais do mês.

Na visão do estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, números que tendem a apontar para onde a economia norte-americana está indo, como o de confiança do consumidor na véspera, têm mostrado uma direção que não parece boa.

Ao mesmo tempo, acrescentou, há declarações do chair do Federal Reserve sobre a possibilidade da economia norte-americana entrar em recessão.

Em evento na Europa nesta quarta-feira, Jerome Powell disse que existe o risco de que os juros do Fed desacelerem demais a economia norte-americana, mas o maior risco é uma inflação persistente que comece a deixar as expectativas sobre os preços avançarem.

Pela manhã, números divulgados nos EUA mostraram que o PIB caiu a uma taxa anualizada de 1,6% no primeiro trimestre, em dado revisado para baixo em relação ao ritmo de queda de 1,5% relatado anteriormente.

Em Wall Street, o S&P 500 encerrou com variação negativa de 0,07%, após cair 2% na véspera. Mas ETFs de commodities do S&P, como o de metais e mineração e o de energia tiveram quedas mais pronunciadas.

No Brasil, foi detalhado o substitutivo da chamada PEC dos Combustíveis, com impacto de 38,75 bilhões de reais em razão de novos benefícios, como aumentos no Auxílio Brasil e Auxílio Gás e criação de voucher para caminhoneiros autônomos.

"O risco fiscal começou a pegar", afirmou o gestor e sócio da Armor Capital, Alfredo Menezes.

h2 Destaques/h2

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) caiu 1,03% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdeu 1,73%, em sessão negativa para os bancos do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuou 0,51% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) perdeu 1,81%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 0,88%, em sessão de ajustes após ter avançado 7,76% apenas nos últimos dois pregões, tendo de pano de fundo ainda a queda do petróleo no exterior.

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- VALE ON (BVMF:VALE3) cedeu 0,83%, apesar da alta dos futuros do minério de ferro em Dalian, na China, enquanto, em Cingapura, os contratos recuaram após dois dias de alta.

- MRV ON (BVMF:MRVE3) valorizou-se 3,41%, em movimento acompanhado pela CYRELA ON (BVMF:CYRE3), que subiu 1,63%, enquanto o índice do setor imobiliário, que inclui também papéis de shopping centers, cedeu apenas 0,52%.

- REDE D'OR ON (SA:RDOR3) valorizou-se 2,83%, experimentando uma trégua nas vendas após cinco sessões seguidas sem fechar com sinal positivo, período em que acumulou queda de 6,5%. No mês, o declínio alcançava 21% até a véspera.

- QUALICORP ON (BVMF:QUAL3) despencou 8,38%, no sexto pregão consecutivo de queda, acumulando no período perda de 21,16%. O Safra reiterou recomendação "neutra" para a ação, não esperando melhoria significativa da receita, entre outros fatores.

- POSITIVO TECNOLOGIA ON (SA:POSI3) caiu 5,52%, acumulando perda ao redor de 35% desde as máximas do mês nos primeiros dias de junho, tendo de pano de fundo aumento do custo de capital, além de demanda ainda fraca.

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