Ibovespa recua em mais uma sessão de ajustes, mas Petrobras atenua perda

Reuters

Publicado 26.06.2023 17:05

Atualizado 26.06.2023 18:41

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, ainda refletindo movimentos de correção principalmente em papéis cíclicos domésticos, enquanto Petrobras ofereceu contrapeso, valorizando-se cerca de 2%.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,62%, a 118.242,95 pontos. O volume financeiro somou 19,6 bilhões de reais.

A queda vem após o Ibovespa acumular até a última sexta-feira um ganho de quase 10% em junho, em boa parte apoiado no fluxo de capital externo para as ações brasileiras, que está positivo em 6,87 bilhões de reais no mês até o dia 22.

Ricardo Schweitzer, presidente-executivo de consultoria homônima, destacou o fato de que entre as maiores quedas do dia estavam ações ligadas ao mercado doméstico, sensíveis a taxas de juros de longo prazo, que vinham mostrando forte valorização.

Ele citou que há algumas empresas com noticiário específico, como o caso do GPA (BVMF:PCAR3), ou mesmo em momento de reestruturação, como CVC Brasil (BVMF:CVCB3), mas as demais não tiveram novidades que justificassem o movimento de ajuste.

Os movimentos de realização de lucros no pregão também ocorreram diante de divulgações relevantes na cena brasileira previstas para a última semana do semestre, que devem ajudar a balizar apostas para os próximos passos do Banco Central.

Após a pesquisa Focus mostrar nesta segunda-feira nova melhora nas projeções para a inflação e manutenção da previsão de corte de juros em agosto, na terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) dividirá o foco com o IPCA-15.

Agentes financeiros irão buscar no documento do BC mais pistas sobre o rumo da Selic, mantida na semana passada em 13,75%, em decisão acompanhada de uma defesa de que é preciso ter "paciência" no controle da inflação.

Na quinta-feira, os holofotes se voltam para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve definir a meta de inflação para o Brasil em 2026 e reafirmar as de 2024 e 2025, bem como para o Relatório Trimestral de Inflação do BC.

Em Wall Street, a semana começou sem uma tendência clara, com o S&P 500 encerrando em baixa de 0,45%, conforme persistem preocupações sobre os efeitos do aperto monetário promovido pelo Federal Reserve no ritmo daquela economia.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 2,25%, a 30,84 reais, endossada pela alta do petróleo no exterior. A companhia também anunciou que uma subsidiária planeja oferecer uma nova série de títulos no mercado internacional em uma nova emissão. Ainda, analistas da XP (BVMF:XPBR31) reiteraram recomendação de "compra" para os papéis, com preço-alvo de 36,70 reais.

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- VALE ON (BVMF:VALE3) terminou com variação positiva de 0,21%, a 66,04 reais, mesmo com o minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, encerrando as negociações diurnas com queda de 0,44%, a 797 iuanes (110,21 dólares) por tonelada, o menor nível desde 13 de junho. O minério de ferro de referência na Bolsa de Cingapura subiu 0,42%.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) reverteu os ganhos e fechou em baixa de 0,14%, a 28,63 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) desvalorizou-se 0,48%, a 16,51 reais, também abandonando o sinal positivo do começo do pregão.

- LOCAWEB ON (BVMF:LWSA3) recuou 10,01%, a 8,45 reais, em meio a ajustes após forte valorização desde o final de abril, com analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) cortando a recomendação dos papéis para "neutra" citando justamente o desempenho recente das ações, enquanto mantiveram o preço-alvo de 9 reais.