Ibovespa recua em sessão com noticiário corporativo intenso e governo no radar; Hapvida desaba

Reuters

Publicado 01.03.2023 11:43

Atualizado 01.03.2023 12:40

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, com Hapvida despencando mais de 20% após resultado trimestral mais fraco do que o esperado, enquanto agentes financeiros continuam avaliando as últimas decisões do governo federal, em meio a uma bateria de notícias corporativas.

Às 11h33, o Ibovespa caía 0,44%, a 104.469,18 pontos, tendo já oscilado entre a mínima de 104.198,56 pontos e a máxima de 105.497,01 pontos. O volume financeiro somava 6,4 bilhões de reais.

"O cenário nacional e internacional indicam que o Ibovespa deve seguir negociando em linha com seu nível atual", avaliam estrategistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), que afirmaram estar difícil encontrar compradores marginais para as ações brasileiras, mesmo com "valuations" atraentes, após a correção de baixa de fevereiro.

"Os fundos de ações locais ainda estão sofrendo resgates - é difícil competir com as taxas de juros atuais - e os investidores estrangeiros estão sendo atraídos pelas - também -altas taxas dos EUA e pelas perspectivas de um dólar mais forte", escreveram Carlos Sequeira e equipe em nota a clientes.

No exterior, a atividade manufatureira da Chinsurpreendeueu com crescimento em fevereiro no ritmo mais rápido em mais de uma década, o que favorece commodities, mas Wall Street abria com viés negativo, com o sentimento de investidores mais uma vez afetado pela alta nos rendimentos dos Treasuries.

DESTAQUES

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) desabava 25,39%, a 3,35 reais, renovando mínimas históricas, após reportar queda de 56,1% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre. "Não há muito o que comemorar", afirmaram analistas do Citi. "É verdade que as expectativas já eram baixas, mas os números ficaram abaixo de nossas estimativas abaixo do consenso, o que não é um bom presságio para a visibilidade daqui para frente e pode levar a outro ciclo de revisões para baixo (nas expectativas)".

- BRF ON (BVMF:BRFS3) disparava 8,77%, a 6,7 reais, após uma abertura volátil, com o foco voltado para o plano da companhia de vender até 4 bilhões de reais em ativos não essenciais este ano. A notícia ofuscava o prejuízo de 601 milhões de reais nos últimos três meses de 2022, acima do previsto por analistas, no quarto trimestre consecutivo de perda da empresa, que é a maior exportadora de frango do Brasil. De acordo com analistas do Bradesco, a alta alavancagem financeira da BRF tem sido a principal preocupação dos investidores e o plano sobre desinvetimentos corrobora expectativa de redução no risco do balanço. Na mínima, mais cedo, a ação chegou a 6,05 reais. MARFRIG ON (BVMF:MRFG3), principal acionista da BRF, ganhava 6,91%.

- 3R PETROLEUM ON despencava 8,35%, a 33,37 reais, e PRIO ON caía 4,66%, 32,13 reais, ainda afetadas pelo anúncio da véspera sobre uma taxação das exportações de petróleo por um prazo de quatro meses, a fim de recuperar arrecadação federal neste ano. Na véspera, os papéis fecharam com quedas de ao redor de 7% e 9%, respectivamente, ampliando as perdas no final do pregão quando a medida foi anunciada.

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- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 2,06%, a 24,72 reais, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre após o fechamento do mercado, com agentes financeiros na expectativa principalmente de decisões da estatal sobre dividendos. Os papéis também eram afetados pela decisão de tributar a exportação de petróleo, assim como percepção de aumento nos riscos envolvendo a tese de investimento nas ações da petrolífera, principalmente após a empresa cortar os preços da gasolina e do diesel em meio a negociações com o governo para compensar parte dos efeitos na inflação com a reoneração de tributos federais nos combustíveis. O governo também pediu à companhia a suspensão de venda de ativos por 90 dias.