Ibovespa recua influenciado por Vale, mesmo com alta forte em Wall Street

Reuters

Publicado 19.04.2022 17:11

Atualizado 19.04.2022 18:40

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira engatou a terceira queda consecutiva nesta terça-feira, ainda que tenha recuperado algum terreno na última hora de sessão. O recuo contrastou com a alta firme das ações em Wall Street.

Vale caiu antes de dados operacionais e com queda do preço do minério de ferro na Ásia. Do outro lado, Petrobras subiu, apesar de recuo do petróleo, e limitou as perdas do índice após notícia de potencial venda de fatia do BNDES na empresa.

O Ibovespa caiu 0,55%, a 115.056,66 pontos, menor nível de fechamento desde 17 de março. O volume financeiro da sessão foi de 26,3 bilhões de reais.

"É um patamar relevante o dos 115 mil pontos", disse Lucas Xavier, analista técnico da Warren.

O índice acumula nove quedas nas últimas 11 sessões, em movimento que analistas atribuem a uma junção entre incertezas com política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, além da guerra da Ucrânia, e certa correção após alta forte que fez o Ibovespa passar os 121 mil pontos no começo do mês.

Os economistas da gestora Rio Bravo escreveram que "os apertos monetários no exterior começaram a fazer mais efeito aqui, principalmente o Fed", em referência às consequências aos ativos domésticos em geral.

Os principais índices de Wall Strret subiram entre 1,5% e 2,2%, à medida que perspectiva de resultados positivos de empresas deram suporte, além de comentários de membros do Fed menos duros com a inflação do que nos dias anteriores. O avanço russo no leste da Ucrânia e a alta nos rendimentos dos títulos do governo norte-americano fizeram contraponto.

A Usiminas (SA:USIM5) divulga balanço do primeiro trimestre na quarta-feira pela manhã e abre a temporada das empresas do Ibovespa.

h2 Destaques/h2

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e ON (SA:PETR3)avançaram 3% e 1,7% respectivamente, mesmo diante de queda de mais de 5% do petróleo com corte da perspectiva de crescimento econômico pelo Fundo Monetário Internacional. A notícia de um potencial block trade (venda em bloco) de mais 5 bilhões de reais em breve pelo BNDES, segundo a Exame, repercutiu.

- VALE ON (SA:VALE3) perdeu 3,2, após contratos futuros do minério de ferro cederem em Dalian e Cingapura, após o governo chinês afirmar que o país continuará reduzindo a produção de aço neste ano. A mineradora divulga relatório de produção e vendas do primeiro trimestre após ainda nesta terça. Mas as ações de siderúrgicas subiram.

- BRMALLS ON (SA:BRML3) disparou 7,7%, maior alta diária desde novembro de 2020, após o conselho de administração da operadora de shopping centers autorizar negociar possível fusão com a rival Aliansce (SA:ALSO3), que subiu 0,85%. "Agora estamos atribuindo uma chance maior de que o assunto seja aprovado", disseram analistas do Citi.

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- INTER UNIT (SA:BIDI11) saltou 9,15%, estendendo alta da véspera, após empresa retomar planos de migração de base acionária para os EUA.

- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) encolheu 1,77% em dia de queda dos grandes bancos. O banco anunciou na véspera acordo para compra de fatia na plataforma de produtos do agronegócio Orbia.

- CARREFOUR BRASIL ON (SA:CRFB3) perdeu 4,3%, após o JPMorgan (SA:JPMC34)(NYSE:JPM) rebaixar a recomendação da ação para "neutra", de "overweight", apontando que o papel está bastante valorizado, apesar das perspectivas de crescimento da empresa.

- EMBRAER ON (SA:EMBR3) teve acréscimo de 3,9%. A empresa divulgou entregas de 14 jatos no primeiro trimestre e carteira de pedidos firmes de 17,3 bilhões de dólares.

- MRV ON (SA:MRVE3) cedeu 0,8%, após prévia operacional do primeiro trimestre com leve alta das vendas e dos lançamentos. O BTG Pactual (SA:BPAC11) frisou a queima de caixa da companhia.