Ibovespa reduz queda com NY, mas dúvidas mundiais e locais pesam sobre Brasil

Estadão Conteúdo

Publicado 15.03.2021 08:00

Atualizado 15.03.2021 11:10

Ibovespa reduz queda com NY, mas dúvidas mundiais e locais pesam sobre Brasil

Incertezas globais voltam a rondar os mercados e pressionam os ativos domésticos, com o dólar ante o real ganhando força, a maioria dos juros futuros subindo e Ibovespa em queda. O índice, contudo, tentava se distanciar das mínimas vistas mais cedo (113.634,95 pontos), após a abertura em alta em Nova York, em meio à retomada da queda dos treasuries de 10 anos nos EUA. A despeito disso, de acordo com o Julius Baer, a esperada recuperação dos EUA permitirá ao juro da T-note de 10 anos atingir o nível de 2% até o fim do ano, levando o rendimento do Bund alemão equivalente a ficar acima de zero.

A cautela de investidores internacionais especialmente nos Estados Unidos reflete na B3 (SA:B3SA3), que hoje volta a fechar mais cedo, às 17 horas, com o fim do horário de verão nos EUA, e em dia de vencimento de opções sobre ações, o que tende a gerar volatilidade. Apesar da perspectiva de crescimento mundial, que ganhou reforço após a aprovação do pacote americano de trilhões de dólares na semana passada e depois de dados mais fortes do que o esperado da economia chinesa hoje, há prudência mais uma vez sobretudo quanto a um possível avanço acima do estimado da inflação global.

Mais cedo, o Ibovespa futuro até tentou firmar alta, mas sucumbiu à instabilidade vista em Nova York que, às 10h42, passava a testar queda, enquanto as bolsas europeias avançam, mas o petróleo recuava no mercado internacional.

Com a queda do petróleo apesar dos indicadores chineses reforçando percepção de aumento da demanda e o declínio de 1,28% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao, contudo, Ibovespa cai, com ações de empresas ligadas a commodities cedendo, com destaque para CSN ON (SA:CSNA3) (-1,21%), além de Petrobras: PN (SA:PETR4) caía 0,13% e ON (SA:PETR3) perdia 0,18%. Na sexta-feira, o índice Bovespa fechou em baixa de 0,72%, aos 114.160,40 pontos.

Além da divulgação de dados de atividade no exterior esta semana e de inflação no Brasil, há decisões de política monetária por aqui, na Inglaterra, no Japão e nos Estados Unidos. Ruídos políticos também incomodam os investidores internos, diante de rumores de baixa no comando do Ministério da Saúde no momento em que a média móvel de mortos pelo novo coronavírus bateu recorde pela 16º vez e o processo de vacinação segue a passos lentos.

"A grande expectativa é a quarta-feira decisão de política monetária do Fed e do Copom no Brasil. O Fed apenas deve reiterar juro ainda baixo, mas temos de ver qual será a narrativa adotada ante a curva de juros no momento em que os títulos de longo prazo seguem avançando. Já no Brasil, tende a subir, mas não tão forte, em meio a uma pandemia e a restrições sociais. No entanto, deve ter um comunicado mais duro, e isso também será importante, assim como a comunicação do Fed", avalia Thomas Giuberti, da Golden Investimentos.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Aliás, esta manhã, no Brasil a pesquisa Focus do BC mostrou elevação da mediana das projeções para o IPCA 2021, de 3,98% para 4,60%, e de Selic para 4,5%, ante 4,0%. Já para o PIB passou de 3,26% para 3,23%.

A expectativa no mercado é que o Banco Central brasileiro retome o ciclo de alta da Selic, cuja decisão será na quarta-feira, restando saber se será aumento de 0,50 ponto ou de 0,75 ponto porcentual, cita em análise a clientes do economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

Mesmo após o IBC-Br de janeiro mostrar números melhores do que o esperado pelo mercado, o momento é de cautela, como avaliam economistas aos repórteres do Gregory Prudenciano e Thaís Barcellos do Broadcast. O economista Carlos Lopes, do BV, disse que a projeção do banco para o PIB em 2021 deve passar de alta de 4% a 3,5%. Segundo ele, "o que manda na economia é a pandemia."

Já a Austin Rating mantém a estimativa de crescimento do PIB em 3,30% para este ano, mas adianta que a projeção tem viés de baixa. Para o economista-chefe Alex Agostini, da agência, a elevação de 1,04% no IBC-Br de janeiro ante dezembro, melhor do que o mercado esperava, pode ser interpretado como "um ponto fora da curva", reflexo de um momento em que havia certa euforia com o início da vacinação contra a covid-19.

De todo modo, os indicadores chineses reforçando expansão da retomada econômica do país tentar segurar um pouco a queda do Ibovespa. "A China favorece a busca por risco, assim como a continuidade de revisão para melhor de crescimento mundial. A leitura de crescimento tem prevalecido sobre a volta da preocupação com inflação e juros. No entanto, o ambiente de aversão a risco continua", avalia em nota o economista-chefe do BV, Roberto Padovani.

Além de ficarem no foco das atenção por causa do vencimento de opções na B3, as ações da Vale (SA:VALE3) e da Petrobras chamam a atenção devido a notícias específicas de cada empresa. Enquanto a mineradora prepara recompra de papéis perpétuos sem contrapartida e os debenturistas reclamam, a petrolífera voltou a reforçar que os membros da diretoria e o presidente Roberto Castello Branco estão comprometidos a cumprir seus mandatos, que se encerram no dia 20 deste mês.

Já a Eletrobras (SA:ELET3) informa balanço do quarto trimestre de 2020, que sai após o fechamento do mercado, e que tende a vir "poluído", como informa o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Além disso, investidores avaliam especulações de que o presidente Jair Bolsonaro pode esquecer da MP de privatização da empresa no congresso como reação à volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário eleitoral.

Às 10h48, os papéis da Eletrobras subiam 2,26% (ON) EE 1,51% (PNB). O Ibovespa caía 0,29%, aos 113.832,34 pontos.

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações