Ibovespa registra 6ª queda seguida com exterior negativo

Reuters

Publicado 17.04.2024 17:07

Atualizado 17.04.2024 18:25

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa marcou sua sexta queda seguida nesta quarta-feira, com o tom negativo prevalecendo nas bolsas dos Estados Unidos, sem que o avanço nos papéis de Vale e Petrobras, de grande peso no índice, conseguisse mantê-lo no azul.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,17%, a 124.171,15 pontos, após negociações voláteis. Na máxima do dia, chegou a 125.300,97 pontos. Na mínima, a 123.641,94 pontos.

O volume financeiro somou 47,65 bilhões de reais, em sessão marcada pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do contrato futuro do índice.

A maior influência permaneceu sendo o cenário incerto sobre os juros norte-americanos, que manteve as negociações instáveis em Nova York, com os três principais índices acionários também fechando no vermelho.

Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos marcavam 4,5812% no final da tarde, de 4,6570% na véspera.

Na visão de Luís Moran, head da EQI Research, "o que está sendo dominante é o mercado externo".

Segundo ele, o Ibovespa tem seguido essa tendência desde meados de 2023, quando o Federal Reserve interrompeu o ciclo de alta de juros e instalaram-se as apostas sobre o momento para o banco central norte-americano começar a cortá-los.

No cenário doméstico, agentes financeiros monitoraram falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Washington, ao longo do dia, ainda com preocupações fiscais no radar.

"Se ele (ambiente interno) estivesse um pouco melhor... talvez a volatilidade fosse menor... mas isso sozinho resolveria o problema? Não resolveria", acrescentou Moran.

O analista de investimentos do Banco Daycoval (BVMF:DAYC4) Gabriel Mollo destacou o comentário de Campos Neto de que uma manutenção do cenário de incerteza elevada pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário no Brasil.

"A tendência (de queda do Ibovespa) só vai virar quando houver sinais mais claros de que o Fed vai cortar os juros em julho ou setembro", disse Mollo.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,09%, a 62,11 reais, principal contribuição positiva para o índice, seguindo a recuperação dos preços futuros do minério de ferro na Ásia e a divulgação na véspera de aumento em sua produção de minério de ferro em prévia operacional do primeiro trimestre. No setor, CSN (BVMF:CSNA3) MINERAÇÃO ON avançou 1,06%, a 14,32 reais. O contrato mais negociado do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian, da China, avançou 4,25% nas negociações diurnas, a 870 iuanes (120,20 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 0,73%, a 39,78 reais, também oscilando entre altas e baixas, enquanto os preços do petróleo no exterior encerraram em forte queda, com o barril do Brent marcando baixa de 3%, a 87,29 dólares.

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- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou com variação positiva de 0,06%, a 31,69 reais, quebrando sequência de quedas, ao passo que BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,5%, a 13,83 reais, em mais uma sessão de declínio para o papel.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subiu 0,57%, a 31,94 reais. A empresa de veículos aéreos urbanos de pouso e decolagem verticais (eVtols), Eve, da Embraer, anunciou nesta quarta-feira assinatura de acordo para venda de até 50 aeronaves para a japonesa AirX.