Ibovespa sobe antes de vencimentos; Vale e Itaú Unibanco são destaques

Reuters

Publicado 11.02.2020 18:28

Atualizado 11.02.2020 18:40

Ibovespa sobe antes de vencimentos; Vale e Itaú Unibanco são destaques

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu nesta terça-feira, véspera de vencimento de opções sobre o índice e do contrato futuro, com Vale entre os destaques após dados de produção e vendas, assim como Itaú Unibanco, que reportou balanço do último trimestre de 2019.

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa (BVSP) avançou 2,49%, a 115.370 pontos, esvaziando a perda no ano. O giro financeiro da sessão somou 26,1 bilhões de reais.

No exterior, percepções de que o surto de coronavírus que começou na China e já matou mais de mil pessoas possa se estabilizar em breve, bem como de que o impacto na economia global pode não ser tão significativo apoiavam ganhos em Wall Street, com o S&P 500 (SPX) renovando recorde.

Em entrevista à Reuters, Zhong Nanshan, epidemiologista de 83 anos que ficou famoso por combater uma epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2003, disse que o surto de coronavírus está chegando ao auge na China neste mês e pode ser debelado até abril. [nL1N2AB0B5]

"O mercado de ações no Brasil passou por forte correção nos últimos pregões e hoje os compradores retomaram as posições repercutindo a desaceleração de novos casos de coronavírus", destacou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.

Além disso, destacou, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que os fundamentos da economia chinesa são fortes e que o impacto do surto será curto sobre a atividade econômica do país, o que ajudou a tranquilizar os investidores da Ásia, que aguardam por novos estímulos do Banco do Povo da China.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1.017 pessoas morreram na China, onde há 42.708 pessoas infectadas. Apenas 319 casos foram confirmados em outros 24 países e territórios fora da China continental, com duas mortes - uma em Hong Kong e outras nas Filipinas.

A temporada de balanços corporativos do último trimestre de 2019 e potenciais projeções das empresas para 2020 também ocupam as atenções dos agentes financeiros na bolsa paulista, com o resultado de TIM (SA:TIMP3) aguardado para após o fechamento do pregão, enquanto a semana ainda traz Suzano (SA:SUZB3), Banco do Brasil e outros.

O BTG Pactual (SA:BPAC11) frisou que, apesar de toda a volatilidade e realização de lucros vistas, os principais catalisadores para a bolsa paulista continuam intactos - recuperação econômica e fluxo de recuros.

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Em nota a clientes, o BTG afirma ver um bom ponto de compra na faixa dos 108 mil pontos - "excelente para o início de compra ou de novos aportes" - e que trabalham com a possibilidade de o Ibovespa chegar no final do ano a algo próximo a 140 mil pontos.

DESTAQUES

- VALE ON (SA:VALE3) avançou 3,71% com alta dos preços do minério de ferro na China, além de números da empresa sobre produção e venda do quarto trimestre. A mineradora manteve previsão de produção de finos de minério de ferro em 2020 entre 340 milhões e 355 milhões de toneladas. CSN (SA:CSNA3) e USIMINAS PNA (SA:USIM5) subiram 4,61% e 6,78%, respectivamente. GERDAU (SA:GGBR4) ganhou 5,82%. [nL1N2AB0ER]

- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) valorizou-se 2,3%, após reportar alta de 12,6% no lucro recorrente do quarto trimestre. O maior banco em ativos do país também disse que sua carteira de empréstimos deve crescer entre 8,5% e 11,5% este ano, em linha com o crescimento de 10,9% em 2019. [nE6N2A0006][nL1N2AA1NN]

- BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) disparou 4,5%, melhor resultado entre bancos do Ibovespa, antes do balanço trimestral na quinta-feira. Também no radar esteve o pedido para registro de IPO do BV, em operação que terá BB e o Grupo Votorantim como acionistas vendedores na oferta secundária.[nL1N2AA1GQ]

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 1,2%, em dia de alta do petróleo no exterior, além da repercussão do crescimento médio de 16,5% na produção média de petróleo e líquido de gás natural da empresa no Brasil no quarto trimestre. A estatal informou que reverterá no resultado do quarto trimestre provisão de 1,3 bilhão de reais do litígio com a Sete Brasil.[nL1N2AB09R]

- COSAN ON (SA:CSAN3) avançou 6,08%, também entre as maiores altas. O Credit Suisse espera que a empresa apresente resultados fortes do quarto trimestre, previsto para sexta-feira, e elevou o preço-alvo das ações de 58 para 80 reais, embora tenha mantido a recomendação 'neutra'. ULTRAPAR ON (SA:UGPA3) teve elevação de 4,85% e BR DISTRIBUIDORA ON (SA:BRDT3) subiu 4,7%.

- B2W ON (SA:BTOW3) valorizou-se 7,34% e VIA VAREJO ON (SA:VVAR3) fechou em alta de 6,02%, conforme papéis relacionados à economia doméstica continuam com desempenho superior ao Ibovespa no ano. Também relacionada a consumo, GRUPO NATURA ON (SA:NTCO3) encerrou com elevação de 6,27%.

- GOL PN (SA:GOLL4) fechou em alta de 5,97%, após anunciar contrato de venda de 11 Boeing 737 Next Generation com a Carlyle Aviation, o que segundo a empresa aérea vai acelerar a renovação da sua frota e a desalavancagem do balanço. [nE6N2A0005]

- CIELO ON (SA:CIEL3) caiu 1,52%, entre as poucas quedas da sessão. Na teleconferência de resultados, o presidente do Itaú, dono da Rede, disse esperar que os ganhos da unidade de adquirência devem continuar a cair. Em relatório, analistas do BTG Pactual também estimaram que a Cielo foi a única a perder participação de mercado no quarto trimestre.

(Edição de Aluísio Alves)

h2 Dólar bate novo recorde histórico acima de R$4,34 com incertezas sobre crescimento local/h2

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a fechar numa máxima histórica nesta terça-feira, chegando a superar 4,34 reais na venda durante os negócios, conforme operadores avaliaram riscos de uma recuperação mais lenta da economia num cenário de juros baixos, o que prejudica a atratividade do real como investimento.

"O hedge no real tem funcionado muito bem. A moeda é o 'patinho feio', e isso vem de uma combinação de juro baixo, menor retorno e dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia", disse Bernardo Zerbini, um dos responsáveis pela estratégia da gestão macro da gestora AZ Quest.

Analistas têm repetido há meses que o mercado tem protegido aplicações em bolsa e renda fixa via taxa de câmbio, com o hedge barateado pela queda dos diferenciais de juros a mínimas. O Ibovespa saltava 2,2% nesta terça, no dia em que o dólar renovou recordes históricos.

A ata do Copom divulgada mais cedo nesta terça-feira não soou mais dura do que o comunicado, depois de na semana passada alguns agentes de mercado terem considerado riscos de volta de cortes de juros no meio do ano caso a economia dê sinais de menor ímpeto.

"Achamos a ata um pouco mais 'dovish' (inclinada a afrouxamento monetário) que o comunicado pós-reunião", disse o Goldman Sachs em nota.

"Não podemos descartar a possibilidade de cortes adicionais em caso de atividade econômica mais fraca do que o esperado e de revisão descendente das expectativas de inflação do mercado", afirmou o banco MUFG Brasil em relatório.

O dólar à vista fechou em alta de 0,13%, a 4,3264 reais na venda, superando a máxima anterior de 4,3210 reais na venda da última sexta-feira.

Durante os negócios, a cotação foi a 4,3420 reais na venda. Pela taxa de compra, o pico foi de 4,3403 reais, o que fez desta a terceira sessão consecutiva em que o dólar bate máximas históricas durante um pregão.

Na B3, o dólar futuro tinha ganho de 0,07%, a 4,3320 reais.

O real teve o pior desempenho entre 33 pares do dólar nesta sessão. No ano, a moeda brasileira recua 7,25% em termos nominais (o dólar sobe 7,81%), o que coloca a divisa do Brasil na vice-lanterna entre as principais moedas em 2020. O peso argentino perde 10,8% no período.

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