Ibovespa tem forte alta e garante mais um desempenho positivo na semana

Reuters

Publicado 02.06.2023 17:44

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, superando os 113 mil pontos no melhor momento, o que não acontecia há quatro meses, em meio a um clima externo favorável a ativos de risco, com expectativas de que o Federal Reserve possa experimentar uma pausa no ciclo de aumentos de juros nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,8%, a 112.558,15 pontos, chegando a 113.069,55 pontos na máxima -- o índice não ultrapassava o patamar dos 113 mil pontos desde o começo de fevereiro. O volume financeiro somou 28,7 bilhões de reais.

Com a alta nesta sessão, o Ibovespa conquistou um ganho semanal de 1,49%, completando seis semanas sem acumular desempenho negativo -- maior sequência desde a série de sete semanas em alta de 2 de novembro a 18 de dezembro de 2020.

Nos EUA, a criação de postos de trabalho em maio superou as expectativas de economistas, mas uma moderação nos salários fez crescer as apostas de manutenção dos juros pelo banco central norte-americano na reunião de 13 a 14 de junho. Seria a primeira decisão por manter os juros inalterados em mais de um ano.

Outro componente de alívio foi a aprovação pelo Senado norte-americano na quinta-feira do projeto de lei que eleva o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo, evitando o que teria sido o primeiro calote da história, com desdobramentos globais catastróficos.

"O acordo para elevar o teto da dívida pública dos EUA elimina um dos principais riscos de curto prazo para os mercados, e a crise bancária parece ter entrado em uma fase menos turbulenta", afirmou a equipe do Departamento de Economia do Bradesco liderada por Fernando Honorato.

Em relatório a clientes, eles pontuaram que, diminuídos os riscos de cauda, a atenção dos mercados deve retornar a temas como a persistência da inflação, a resiliência da economia norte-americana e o que isso significa para os próximos passos da política monetária.

"A julgar pela sinalização do Fed e a evolução do cenário, cortes de juros nos EUA ainda em 2023 parecem improváveis."

O clima benigno nos pregões teve suporte ainda de expectativas de estímulos adicionais à economia na China. De acordo com reportagem da Bloomberg, Pequim está trabalhando em novas medidas para apoiar o mercado imobiliário.

No caso do Brasil, o comportamento dos mercados tem como pano de fundo principalmente sinais recentes de queda da inflação e avanço da nova regra fiscal no Congresso Nacional, que alimentaram expectativas de que o início dos cortes da Selic pode ser antecipado pelo Banco Central.

A posição técnica dos ativos, de acordo com profissionais do mercado, também corroborou o movimento comprador.

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- COSAN ON (BVMF:CSAN3) fechou em alta de 7,9%, a 16,53 reais, melhor desempenho do Ibovespa, com analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) reforçando recomendação de "compra" para as ações, citando que a companhia está perto de um "ponto de inflexão".

- VALE ON (BVMF:VALE3) avançou 4,27%, a 67,94 reais, em meio a uma nova alta dos futuros do minério de ferro na China, com o setor de mineração e siderurgia como um todo terminando na coluna positiva.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) valorizou-se 0,82%, a 27,18reais, favorecida pelo avanço dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent fechando com acréscimo de 2,5%, a 76,13 dólares.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhou 1,46%, a 27,09 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) avançou 1,75%, a 16,04 reais, beneficiando-se do maior apetite a ativos de risco.

- VIA ON (BVMF:VIIA3) desabou 10,36%, a 2,25 reais, após o JPMorgan (NYSE:JPM) rebaixar a recomendação dos papéis para "underweight". Os analistas do banco também reduziram a recomendação de Magazine Luiza. MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) perdeu 4,68%.