Ibovespa tem pregão volátil e fecha em leve queda; siderúrgicas pressionam

Reuters

Publicado 10.05.2022 18:15

Atualizado 10.05.2022 18:51

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira encerrou em tímida baixa nesta terça-feira, em sessão volátil, diante de desempenho sem direção comum em Wall Street, com inflação e política monetária no radar. Na cena interna, a alta de ações ligadas ao consumo doméstico contrapôs queda de siderúrgicas e mineradoras.

Usiminas liderou recuo do setor siderúrgico, ainda que tenha devolvido parte relevante das perdas no final da tarde, após associação do setor dizer que governo estuda redução de imposto de importação para vergalhão, produto que não é vendido pela companhia, e não zerar a taxa para aço em geral. Do lado oposto, Petrobras, Natura e Bradesco (SA:BBDC4) foram destaques de alta.

O Ibovespa caiu 0,14%, a 103.109,94 pontos, a quarta queda seguida. O índice alternou ganhos e perdas durante o dia. O volume financeiro foi de 26 bilhões de reais.

"Setores que estão muito prejudicados na bolsa, como aqueles ligados à economia real, incluindo varejo, construção e tecnologia, foram ativos que reagiram bem", disse Fernando Damasceno, analista sênior do modalmais. Ele citou impacto positivo de dado do varejo brasileiro acima do esperado e de desaceleração na primeira prévia de maio do índice de inflação IGP-M.

Além disso, a ata da reunião de política monetária do Banco Central (BC) realizada na semana passada foi divulgada. Na ocasião, houve elevação em 1 ponto percentual da Selic. Os membros do BC avaliaram que o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração econômica mais à frente, mostra o documento, que reforçou a visão de extensão do ciclo de alta nos juros com um ajuste menor do que 1 ponto no próximo encontro.

Os principais índices acionários em Nova York também tiveram dia inconstante, em meio a declarações de membros do banco central norte-americano. O Dow Jones fechou em queda leve e o S&P 500 e o Nasdaq subiram, após liquidação na véspera das ações de tecnologia.

Na quarta-feira, dados-chave de inflação no Brasil e nos Estados Unidos movimentam o dia.

DESTAQUES

- USIMINAS PNA (SA:USIM5) afundou 6,8%, CSN ON (SA:CSNA3) cedeu 5,8% e GERDAU PN (SA:GGBR4) caiu 4,4%. As ações de siderúrgicas, que também possuem operações de mineração, despencaram com possível redução de Imposto de Importação de aço e em meio à queda do minério de ferro na Ásia. Os papéis, porém, reduziram parte das perdas após executivos do Aço Brasil, entidade que representa o setor, afirmarem que a discussão no governo sobre o imposto envolve apenas o vergalhão e que se trata de corte de 10,8% para 4% até o final deste ano. Houve reunião de produtores de aço com o ministro da Economia, Paulo Guedes, pela manhã.

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- VALE ON (SA:VALE3) perdeu 1,2%, oitava queda seguida.

- INTER UNIT disparou 9,1%, após três quedas seguidas. NATURA ON (SA:NTCO3) subiu 8,7%, PETZ ON se valorizou em 7,3% e CVC (SA:CVCB3) BRASIL ON ganhou 5,7%, esta antes de balanço a ser divulgado nesta terça-feira.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 0,9%, ainda que o petróleo Brent tenha caído mais de 3% com pressão na demanda e temor por desaceleração econômica global. PETRORIO ON avançou 0,2%, após divulgar dados operacionais de abril. 3R PETROLEUM ON teve alta de 0,7%.

- VIA ON caiu 2,2%, após subir na abertura. O lucro líquido operacional da varejista, dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto, caiu 52% no primeiro trimestre ante um ano antes. Analistas da XP (SA:XPBR31) viram "resultados sólidos", destacando a rentabilidade da companhia, com avanço do Ebitda ajustado e maior controle de despesas. Em conferência com analistas, executivos da Via afirmaram que esperam que as margens dos próximos meses fiquem perto do desempenho do primeiro trimestre.

- ASSAÍ ON avançou 3,5%, depois da rede de atacarejo ver queda de 10,8% no lucro líquido de janeiro ao fim de março, mas com avanço do resultado operacional.