Reuters
Publicado 23.09.2021 17:40
Atualizado 23.09.2021 17:55
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações brasileiras emendou a terceira alta seguida nesta quinta-feira, com investidores remontando apostas após cenários mais temidos em relação à política monetária de Estados Unidos e Brasil não terem se confirmado, ao passo que a China parece ter evitado um crise em seu setor imobiliário.
Apoiado por uma recuperação forte nos setores siderúrgico e bancário e por uma disparada dos papéis de Embraer (SA:EMBR3) e Ultrapar (SA:UGPA3), o Ibovespa subiu 1,59%, aos 114.064,36 pontos.
"Se for buscar a região de 116.500 pontos, indica fim da tendência e pode tentar processo de reversão", tuitou Danillo Fratta, analista gráfico da Capitalizo. O giro financeiro da sessão totalizou 32,9 bilhões de reais.
Os ganhos vieram após o Federal Reserve, autoridade monetária dos EUA, ter mantido o juro e indicado para "breve" a gradual desmontagem de um programa de compra de títulos, e o Banco Central elevar o juro básico em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano, terem vindo em linha com as expectativas.
LEIA MAIS: Copom deve explorar em ata potencial de inflação menos pressionada, preveem economistas
Além disso, agentes do mercado parecem ter comprado a mensagem do governo chinês para uma 'quebra controlada' da incorporadora Evergrande (OTC:EGRNY), o que permitiu nova recuperação dos preços de commodities, levando consigo ações de siderúrgicas.
Um dos destaques negativos do dia foi o setor imobiliário, com analistas prevendo que a escalada da Selic vai esfriar o financiamento para o setor. Só com recursos da poupança, o setor movimentou 21 bilhões de reais em agosto, alta de 79,2% ante mesmo mês de 2020, informou a Abecip.
O Credit Suisse promoveu um rodada de cortes nos preços-alvo de ações de oito companhias do setor.
O juro mais alto e a iminência do fim do auxílio-emergencial do governo também pesaram em ações ligadas a consumo.
O dia ainda foi marcado por uma manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no espaço público da B3 (SA:B3SA3), na capital paulista, mas sem impacto nas operações de mercado.
h2 DESTAQUES/h2- EMBRAER disparou 12,2%. A companhia recebeu encomenda de até 100 aeronaves elétricas pouso e decolagem verticais (eVtol) para serem usadas como táxis aéreos da Bristow, com entregas previstas para começar em 2026. Além disso, o Goldman Sachs elevou em 50% o preço-alvo do ADR da fabricante de aeronaves.
LEIA MAIS: Ações da Embraer sobem após encomenda de táxis aéreos e relatório do Goldman
- ULTRAPAR deu um salto de 9,51%. O grupo anunciou na noite da véspera o início de processo de sucessão de seus principais executivos e mudança na presidência da rede de postos de combustíveis Ipiranga.
- USIMINAS (SA:USIM5) teve ganho de 9,25%, com o setor de metais estendendo ganhos das últimas sessões, com menores receios de quebradeira no setor imobiliário na China, o que poderia pressionar para baixo os preços do aço nos mercados internacionais. GERDAU (SA:GGBR4) subiu 5,63%.
- ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4) avançou 3,46%, ilustrando a forte recuperação do setor bancário. BRADESCO (SA:BBDC4) evoluiu 4,4%. SANTANDER BRASIL (SA:SANB11) cresceu 3%.
- VALE (SA:VALE3) foi alvo de realização de lucros durante a maior parte da sessão, apesar do aumento das cotações do minério de ferro na China, mas fechou o dia estável. A mineradora foi alvo de vários cortes na recomendação por bancos nos últimos dias.
- CYRELA recuou 4,3% e MRV (SA:MRVE3) perdeu 2,7%. Elas e outras do setor tiveram redução na recomendação das ações pelo Credit Suisse (SIX:CSGN), um dia após o Banco Central ter elevado novamente o juro básico do país, a 6,25% ao ano, o que pode ajudar a esfriar o efervescente financiamento imobiliário no país, que teve alta de 79% em agosto, segundo a Abecip.
- MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) retrocedeu 2,9%, enquanto AMERICANAS teve baixa de 2,6%. Além do aumento do juro, profissionais do mercado citaram o fim do programa de auxílio emergencial do governo como fatores que devem diminuir a demanda no varejo.
Escrito por: Reuters
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.