Indústria do cimento amarga queda de 3,5% nas vendas no 1º tri, mas confia em recuperação

Reuters

Publicado 09.04.2024 14:05

Atualizado 09.04.2024 14:46

SÃO PAULO (Reuters) - Os fabricantes de cimento do país venderam 14,3 milhões de toneladas do material nos três primeiros meses do ano, uma queda de 3,5% sobre o mesmo período de 2023, segundo dados da entidade que representa os produtores, Snic, divulgados nesta terça-feira.

Apesar da retração, a entidade manteve a previsão de crescimento de 2% nas vendas neste ano, vendo perspectiva de uma expansão de até 2,5%, afirmou o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna.

"Já estávamos esperando esse desempenho do primeiro trimestre... Houve fortes chuvas, juros não tem ajudado, ainda que tenha mudança efetiva no Minha Casa Minha Vida, não conseguimos ter uma recuperação ainda", afirmou o executivo.

"Mas a sazonalidade do setor favorece o segundo semestre... Nos próximos três meses esperamos avançar um pouco mais", acrescentou, citando "possibilidade de termos um segundo semestre bem melhor".

Em março, as vendas de cimento no Brasil caíram 10,4% sobre um ano antes, com a comercialização por dia útil caindo tanto nas comparações mensal como anual: 1,6% e 0,5%, respectivamente, para 216,2 mil toneladas.

Todas as regiões do país mostraram quedas nas vendas em março sobre um ano antes, com destaque para o Sudeste, maior mercado para o insumo no Brasil, onde o recuo foi de 13,3%.

Segundo Penna, entre os motivos para o otimismo do setor sobre 2024 estão o andamento de empreendimentos do MCMV, a aceleração de obras municipais em ano eleitoral, a aprovação do FGTS Futuro em financiamentos habitacionais e obras de saneamento.

"O orçamento de obras públicas das prefeituras está muito grande. Tem processos acelerados principalmente de logística", disse o presidente do Snic. "Em termos de obras urbanas pode ter um crescimento bastante significativo e é isso que leva a um certo otimismo sobre o terceiro e quarto trimestres", acrescentou.

Nas contas do Snic, há demanda significativa nos próximos meses no segmento de preparação de terrenos, que antecede o ciclo de produção. A entidade citou ainda empresas de infraestrutura e obras residenciais, "que chegaram ao fim do primeiro trimestre com os maiores índices de confiança".