JBS (JBSS3): Ciclo desfavorável do gado nos EUA pressiona balanço; o que esperar?

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 27.03.2024 11:35

Investing.com – A diversificação possibilitou que a JBS (BVMF:JBSS3) não tivesse resultados piores, na opinião de analistas. A operação de carne bovina dos Estados Unidos foi o principal ponto negativo apontado por especialistas em repercussão ao balanço da JBS, com ciclo do gado desfavorável, afetando margens da empresa. Enquanto isso, operações na Austrália e de bovinos no Brasil refletiriam ventos mais favoráveis. A companhia reportou lucro líquido de R$82,6 milhões entre outubro e dezembro de 2023, queda anual de 96,5%. Às 11h34 (de Brasília) desta quarta, as ações perdiam 2,41%, a R$21,85.

O trimestre desafiador para a divisão de carne bovina nos Estados Unidos levou a uma grande perda em relação ao esperado, de acordo com o Itaú BBA, que considerou os dados como ligeiramente negativos. No entanto, o banco enxerga perspectivas de longo prazo atraentes e considera a estrutura de capital robusta. Mesmo assim, pondera que os dados dos EUA no balanço pode levar a projeções mais baixas neste ano. Mesmo assim, a indicação é outperform, equivalente à compra para os papéis, com preço-alvo de R$31.

O banco BTG (BVMF:BPAC11) afirmou que a recuperação da margem foi mais lenta do que o previsto, levando a um trimestre fraco, apesar de um fluxo de caixa mais forte. O Ebitda foi abaixo do esperado pelo banco, diante de menor margem bruta e custos de vendas, gastos gerais e administrativos afetando principalmente as operações de carnes nos Estados Unidos e da Seara. Por outro lado, o fluxo de caixa com geração de US$ 756 milhões no trimestre foi o lado positivo, diante de custos mais baixos de matérias-primas, diminuindo a necessidade de capital de giro.

A JBS continua sendo a principal escolha do BTG entre as companhias de proteínas. “Não acreditamos que os investidores irão receber bem os resultados do 4T23, mas compraríamos com base na fraqueza. São necessários alguns esclarecimentos sobre as margens da carne bovina nos EUA, embora estejamos menos preocupados com a capacidade da Seara de se recuperar em meio a custos mais baixos de insumos, aumento dos spreads de aves e aumento dos volumes”, pontuam os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin. O BTG possui recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$35.

A EQI Investimentos considerou os dados em linha com o esperado e disse que, ainda que tenham sido verificadas tendências positivas em algumas unidades de negócios, como Brasil e Austrália, o destaque foi a situação negativa da operação de bovinos no mercado americano.

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“Refletindo o difícil momento do ciclo pecuário neste mercado, achamos que a companhia deve sofrer com essa dinâmica ao longo do ano. O impacto disso sobre o resultado consolidado da companhia só não será pior devido a sua saudável diversificação de portfólio”, destaca a EQI.

Enquanto isso, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) teve uma boa impressão dos resultados, mas afirma que “as altas expectativas do mercado podem levar a uma reação negativa dos preços”. A unidade americana apresentou rentabilidade negativa, que teria sido mais do que compensada por outras unidades, como da Austrália, carne suína e, surpreendentemente, gado no Brasil. “Apesar dos desafios cíclicos, o fluxo de caixa livre permaneceu resiliente e a alavancagem melhorou”, destaca o analista Thiago Bortoluci. Assim, o GS possui recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$23,90.

A Genial Investimentos avaliou o balanço como misto, “com uma receita total acima do esperado, mas uma rentabilidade sequencialmente pior e abaixo de nossas projeções, principalmente pela operação nos EUA”. Ainda assim, manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$30.

h2 Irmãos Batista no Conselho de Administração/h2

A JBS informou sobre a nomeação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, sócios na J&F, holding que tem o controle da companhia, para o seu Conselho de Administração. Assim, o número de membros do conselho aumentará para 11.

Os irmãos iniciaram a vida profissional na companhia aos 17 e 16 anos, respectivamente, mas precisaram se afastar em 2017, após acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República durante a Operação Lava Jato. Na delação, admitiram o envolvimento do grupo em atos de corrupção e pagamento de propina.

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h2 O que o InvestingPro diz sobre a JBS/h2

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