Julgamento envolvendo herbicida Roundup determina que Bayer pague US$2,25 bi em indenização

Reuters

Publicado 26.01.2024 21:36

Por Brendan Pierson

(Reuters) - A Justiça norte-americana determinou nesta sexta-feira que a Bayer (ETR:BAYGN) pague 2,25 bilhões de dólares a um homem da Pensilvânia que afirma ter desenvolvido câncer devido à exposição ao herbicida da empresa Roundup, informaram os advogados do reclamante.

Um júri em um tribunal da Filadélfia, nos Estados Unidos, concluiu que o linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer, de John McKivision foi resultado de anos de uso do herbicida Roundup pelo homem para trabalhos no jardim de sua casa.

O veredito inclui 250 milhões de dólares em danos compensatórios e 2 bilhões de dólares em danos punitivos.

"A decisão de danos punitivos pelo júri envia uma mensagem clara de que esta corporação multinacional precisa de mudanças de cima a baixo", disseram Tom Kline e Jason Itkin, advogados de McKivision, em comunicado conjunto.

Em comunicado, a Bayer disse que discorda "do veredito adverso do júri que entra em conflito com o peso esmagador de evidências científicas e avaliações regulatórias e científicas mundiais, e acredita ter argumentos sólidos em um recurso para reverter esse veredito e eliminar ou reduzir a compensação excessiva e inconstitucional".

A Bayer acrescentou que algumas compensações por danos anteriores foram reduzidas em mais de 90%.

O veredito ocorre após cinco outras vitórias recentes no final do ano passado por autores que processaram a Bayer por causa do Roundup, embora a empresa tenha ganhado o julgamento mais recente em dezembro, assim como uma série de processos anteriores. No total, a empresa venceu dez dos últimos 16 julgamentos relacionados ao herbicida.

Cerca de 165.000 queixas foram feitas nos EUA contra a empresa por lesões pessoais supostamente causadas pelo Roundup, que a Bayer integrou como parte de sua aquisição da empresa agroquímica Monsanto, em 2018, por 63 bilhões de dólares. A maioria dos autores, como McKivision, alega que o produto os fez desenvolver linfoma não-Hodgkin.

A Bayer tem afirmado que décadas de estudos mostram que o Roundup e seu ingrediente ativo, o glifosato, são seguros para uso humano.