Juros: Pressão nos Treasuries pesa e taxas sobem, devolvendo parte da queda de ontem

Estadão Conteúdo

Publicado 14.03.2023 15:15

Atualizado 14.03.2023 18:50

Juros: Pressão nos Treasuries pesa e taxas sobem, devolvendo parte da queda de ontem

Os juros futuros fecharam a sessão em alta, mais expressiva nos vencimentos de longo prazo. O movimento esteve alinhado ao comportamento dos rendimentos dos Treasuries, que também subiram, e no fim da sessão pesaram ainda riscos fiscais. Em ambos os casos, os mercados devolveram parte do tombo de ontem, quando os receios de que o colapso de dois bancos norte-americanos pudesse gerar uma crise sistêmica provocaram aumento nas apostas de alívio monetário tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Nesta terça-feira, a percepção de que a questão bancária aparentemente está sob controle e a leitura negativa da abertura do índice de preços ao consumidor (CPI em inglês) puxaram uma correção nas curvas globais.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,07%, de 13,00% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 12,16% para 12,24%. O DI para janeiro de 2027 fechou em 12,61%, de 12,45% ontem, e a do DI janeiro de 2029, em 13,03%, de 12,84%.

Em dia de agenda esvaziada no Brasil, o exterior continuou ditando a dinâmica dos mercados locais, com as taxas dos DIs em alta durante todo o dia. Os yields dos títulos do Tesouro nos Estados Unidos subiam com mais força pela manhã. O da T-note de 2 anos chegou a apresentar maior alta diária em quase 14 anos durante a sessão, mas no fim da tarde estava em 4,21%, de 3,988% ontem. O da T-Note de dez anos projetava 3,67%, de 3,54% ontem.

O CPI subiu 0,4% em fevereiro, no índice cheio, em linha com o consenso, mas a alta de 0,5% do núcleo superou a mediana das estimativas (0,4%). Analistas citaram a abertura ruim, com preços de serviços rodando em níveis elevados. O economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, acredita que, diante do discurso "hawkish" do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na semana passada, o CPI de hoje daria espaço para o mercado voltar a apostar numa postura mais conservadora da instituição na reunião de política monetária na semana que vem. "Não fosse o ruído do SVB, o mercado voltaria a precificar aumento de 50 pontos", disse.

A aposta de manutenção do juros nos EUA perdeu espaço e o mercado voltou a colocar mais fichas na possibilidade de um aumento de 25 pontos. No Brasil, o quadro de apostas para a política monetária pouco se alterou em relação ao que se via ontem. A precificação de Selic para março segue apontando praticamente 100% de chance de manutenção nos 13,75% e para maio, em torno de 30% de probabilidade de queda de 25 pontos, contra 70% de estabilidade. Para o fim de 2023, a curva projeta taxa de 12,30%, de 12,25% ontem.

O noticiário em torno o arcabouço fiscal ficou no radar, mas evoluiu pouco nesta terça. No capítulo de hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a proposta ao vice-presidente Geraldo Alckmin, e disse que vai levá-la ao presidente Lula ainda nesta semana. A ideia do governo é anunciar a nova regra antes da viagem de Lula à China no fim da semana que vem, quem sabe até mesmo antes do Copom do dia 22.

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No fim da sessão, as taxas longas renovaram máximas, com o mercado monitorando declarações de autoridades que trouxeram alguma cautela na área fiscal. O diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, mostrou preocupação com redução da carteira de crédito da instituição, que segundo ele, era de 7% do PIB em 2008 e em 2022, de 5%. "Se continuar assim, em algum momento vamos ter problema de resultado", afirmou Abreu. Mais cedo, Lula, em reunião com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), prometia trabalhar para que bancos públicos emprestem dinheiro aos municípios.

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