Juros: Taxas longas sobem com exterior e Haddad na Fazenda, e IPCA segura curtas

Estadão Conteúdo

Publicado 09.12.2022 15:42

Atualizado 09.12.2022 19:10

Juros: Taxas longas sobem com exterior e Haddad na Fazenda, e IPCA segura curtas

Os juros futuros de longo prazo encerraram o dia e a semana em alta, enquanto a ponta curta ficou de lado tanto hoje quanto na semana. O aumento da inclinação nesta sexta-feira se explica pelo exterior, onde o dado de inflação do atacado nos Estados Unidos acima do esperado puxou para cima o retorno dos Treasuries e pressionou moedas emergentes, e pelo desconforto com a confirmação de Fernando Haddad como futuro ministro da Fazenda, ainda que amplamente esperada. O IPCA de novembro no piso das projeções manteve as taxas curtas ancoradas nos ajustes, com viés de baixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a etapa regular em 13,805% e a estendida em 13,825%, de 13,831% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 ficou estável em 13,08% na regular e subiu a 13,13% na estendida. O DI para janeiro de 2027 subiu de 12,78% para 12,86% (regular) e 12,88% (estendida). Na semana, o DI para janeiro de 2024 variou marginalmente para baixo, enquanto o DI janeiro de 2027 abriu quase 40 pontos. O DI para janeiro de 2025 subiu em torno de 20 pontos em relação à última sexta-feira.

O começo do dia foi de alívio na curva, com o mercado digerindo o IPCA, mas ainda pela manhã as taxas longas começaram a subir antes do anúncio dos ministros pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e na esteira do índice de inflação ao produtor (PPI, em inglês) americano além do previsto.

Haddad foi confirmado para comandar a Fazenda, o que foi surpresa zero, mas ainda assim ajudou a pressionar as taxas, com o mercado buscando "marcar posição" pela desconfiança sobre o que será a gestão de um nome do PT à frente da economia. O maior temor é de que possa adotar a linha da nova matriz econômica no governo Dilma, marcada pela intervenção em preços administrados e uso dos bancos públicos para subsidiar crédito. "Como não foi anunciado nenhum secretário, o mercado aumenta o prêmio de risco. Mas lá fora teve o PPI acima do esperado que também ajuda", resumiu o estrategista-chefe do Banco Mizuho (NYSE:MFG), Luciano Rostagno.

O futuro ministro disse que na próxima semana começará a escolher os secretários e que quer conversar com o seu colega do Planejamento, ainda não anunciado, antes de informar quais serão os nomes, pois quer um secretariado "coeso". Sobre a criação de uma regra fiscal para o próximo mandato, disse que pretende receber propostas. "Não só da transição. Vou ouvir técnicos do Tesouro, vou ouvir a academia, vou ouvir os economistas em que eu confio", explicou.

Internamente, a surpresa com o IPCA favoreceu a ancoragem dos vértices curtos, e só não conseguiu colocar as taxas em rota de baixa porque o principal risco para a Selic, na avaliação dos economistas, continua sendo o fiscal. A alta de 0,59% em outubro deu lugar a uma taxa de 0,41% em novembro, abaixo da mediana de 0,54% e no piso do intervalo (0,41% a 0,65%) das previsões.

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"Observou-se considerável redução do headline em união à uma melhora da dinâmica inflacionária, efeito que dificilmente pode ser atribuído unicamente à Black Friday. Apesar disto, o cenário prospectivo para 2023 permanece inalterado em razão de preocupações do âmbito fiscal", comenta Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal (BVMF:MODL11), em relatório.

Nos EUA, o PPI, tanto o núcleo quanto o índice cheio, subiu 0,3%, acima do consenso de 0,2%, reforçando apostas de alta de 75 pontos-base no juro pelo Federal Reserve na reunião da semana que vem. Os yields dos Treasuries avançaram, com a taxa da T-Note de dez anos batendo em 3,58% no fim da tarde (3,48% ontem).

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