Latam Airlines faz pedido de recuperação judicial, não inclui Brasil

Reuters

Publicado 26.05.2020 08:16

Atualizado 26.05.2020 09:36

SÃO PAULO (Reuters) - A Latam Airlines anunciou nesta terça-feira que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, tornando-se o maior grupo de aviação a buscar uma reorganização de emergência como consequência dos impactos da pandemia de coronavírus.

A companhia e afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos solicitaram "proteção voluntária pelo processo de reorganização financeira previsto no Capítulo 11 da lei dos EUA", afirmou a empresa, fundada anos atrás pela união da brasileira TAM com a chilena LAN. As operações do grupo no Brasil, Argentina e Paraguai não estão incluídas no pedido.

"Implementamos uma série de medidas difíceis para mitigar o impacto dessa disrupção sem precedentes no setor, mas, no fim das contas, esse caminho é a melhor opção para estabelecemos as bases certas para o futuro do nosso grupo de companhias aéreas", disse o presidente-executivo da Latam, Roberto Alvo, em comunicado à imprensa.

A companhia aérea afirmou que as famílias acionistas Cueto, da LAN, e Amaro, da TAM, junto com a Qatar Airways acertaram um acordo para um financiamento de até 900 milhões de dólares para o grupo latino-americano e que está aberta a outros acionistas interessados em participar em financiamento adicional, "na extensão permitida por lei". A empresa informou que conta atualmente com cerca de 1,3 bilhão de dólares em recursos disponíveis.

O pedido de Chapter 11 da Latam ocorrem em meio a negociações que já duram mais de um mês entre a empresa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em torno de um financiamento de até 2 bilhões de reais, o que poderia apoiar a subsidiária brasileira, a maior do grupo, durante os efeitos econômicos a epidemia.

"A Latam e suas afiliadas também estão em discussões com seus respectivos governos no Chile, Brasil, Colômbia e Peru para apoio na obtenção de financiamento adicional", afirmou a empresa no comunicado.