Locadoras de veículos tentam ganhar escala e poder de barganha

Estadão Conteúdo

Publicado 24.12.2021 14:09

Atualizado 26.12.2021 10:39

Locadoras de veículos tentam ganhar escala e poder de barganha

Nos últimos anos, as locadoras de veículos ganharam espaço no dia a dia do consumidor, especialmente o dos grandes centros. Por uma questão de hábito, muitos deles estão preferindo deixar a vontade de ter um carro próprio de lado para alugarem um veículo apenas quando precisarem ou simplesmente utilizar os serviços de aplicativos, que também demandam unidades das locadoras.

Com a pandemia , no entanto, chegaram também outros problemas, como o desabastecimento global de peças que fez os preços dos carros dispararem. Agora, em busca de um futuro mais rentável, o setor começa a ver uma fase de consolidação, mas em um cenário bem desafiador pela frente.

A crise de semicondutores na indústria automotiva deve continuar impactando o negócio ao menos até o início de 2023, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. O setor de locação encerrou 2021 com um déficit de aproximadamente 600 mil carros, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).

Neste cenário, as empresas de locação vêm se articulando para ganhar escala e poder de barganha para negociar com as montadoras. O maior movimento do gênero foi a fusão entre as líderes do setor, Localiza (SA:RENT3) e Companhia de Unidas (SA:LCAM3). A operação foi aprovada pelo órgão antitruste, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas ainda depende do cumprimento de importantes obrigações para sua conclusão.

Na avaliação do especialista em mobilidade e diretor da Bright Consulting, Murilo Briganti, ainda que a união não esteja 100% concluída, é possível afirmar que a fusão de duas empresas deste porte terá impacto no mercado. Para ele, a concentração de mercado pode acarretar em disparada nos preços dos aluguéis de carros.

A fusão Localiza e Unidas não deve ser o único movimento. Desde o ano passado, várias aquisições vêm ocorrendo, tanto em veículos leves quanto pesados, e foram encabeçadas por empresas como Movida (SA:MOVI3) e Unidas. Além disso, houve também a formação de parcerias como a da Volkswagen Financial Services com a LM Frotas, anunciada recentemente.

h2 Futuro/h2

Briganti acredita que a oferta de semicondutores e outros componentes só deve se restabelecer integralmente em meados do segundo semestre de 2022, o que deve melhorar a produção de veículos e, consequentemente, os estoques. "Mas levará anos para o preço dos carros voltar ao crescimento anual padrão de 2% a 3%, se ocorrer", avalia. O tíquete médio dos automóveis no mercado brasileiro passou de R$ 84,5 mil, em 2019, para R$ 112 mil atualmente. Com as legislações mais rigorosas de segurança e emissões e carros cada vez mais conectados, o padrão de preços atual tende a permanecer, avalia o especialista.

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Para fazer frente a esse aumento de custos no curto prazo, Paulo Miguel Jr., presidente do Conselho Nacional da Abla diz que as grandes locadoras estão trabalhando com a chamada tarifa dinâmica, um conceito que vem da hotelaria e da aviação, em que os preços variam conforme a taxa de ocupação. "Algumas tarifas foram reajustadas em 100% a 150% devido a esse momento de exceção que vivemos, mas essa situação não deve perdurar", avalia. Ele explica que especialmente após a alta temporada, a partir de fevereiro, esses aumentos devem desacelerar com a queda da procura.

h2 Carro por assinatura ainda enfrenta resistência/h2

Uma das tendências que vêm se desenhando no setor, principalmente após o início da pandemia, é a oferta de carro por assinatura. Porém, especialistas apontam que o alcance deve ser limitado.

O presidente do Conselho Nacional da Abla, Paulo Miguel Jr., estima que apenas 8% da frota dos associados é destinada ao serviço. "Em cinco anos, esse patamar deve alcançar 15% a 20% do total", afirma. Para Murilo Briganti, da Bright Consulting, porém, a questão cultural da posse do automóvel ainda pesa muito. "O tema do carro passa a depender muito das ofertas e também das necessidade desse consumidor. Talvez no futuro o sentimento de posse não faça mais tanto sentido", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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