Lucro da WEG cresce 9,7% no 3º tri, com alta em margens; ação sobe

Reuters

Publicado 23.10.2019 11:19

Lucro da WEG cresce 9,7% no 3º tri, com alta em margens; ação sobe

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante de motores elétricos e tintas industriais WEG (SA:WEGE3) registrou no terceiro trimestre lucro líquido de 418,24 milhões de reais, crescimento de 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado, com alta em margem operacional, o que colocava suas ações entre as maiores altas do Ibovespa.

De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, a receita operacional líquida cresceu 3,5%, para 3,35 bilhões de reais, com alta de 5,9% no mercado externo, para 1,97 bilhão de reais. Em dólar, subiu 5,5%. Na base trimestral, porém, houve recuo de 1,3% no mercado externo e de 2,4% da receita em moeda norte-americana.

A companhia citou bom desempenho na receita e sustentação na entrada de pedidos para equipamentos de ciclo longo, enquanto, nos equipamentos de ciclo curto, disse que começou a sentir redução nos negócios, com entrada de pedidos em ritmo menor do que os últimos meses, o que avaliou como reflexo das mudanças do cenário macroeconômico que sinalizam menores perspectivas de crescimento global.

No mercado interno, a receita líquida de vendas totalizou 1,38 bilhão de reais, acréscimo de apenas 0,2% frente ao mesmo período do ano passado, mas alta de 6,9% em relação ao segundo trimestre.

"O desempenho no mercado brasileiro no trimestre mostrou-se positivo nas principais linhas de negócio, apesar da receita ainda impactada pela menor participação dos projetos de geração eólica", afirmou a WEG no material do balanço.

"A demanda por equipamentos de ciclo curto continua positiva, principalmente em equipamentos eletroeletrônicos industriais, motores de uso doméstico e tintas, reflexo da melhora gradual do cenário econômico. Em equipamentos de ciclo longo, os negócios de T&D (transformadores e subestações) e geração solar continuam apresentando boa performance, com crescimentos consistentes desde o ano passado."

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou 579,1 milhões de reais, elevação de 18,4% na comparação ano a ano. A margem Ebitda cresceu para 17,3%, ante 15,1% no terceiro trimestre de 2018, com tal desempenho explicado pela racionalização de custos, redução de despesas, ganhos de escala, além do mix mais favorável dos produtos vendidos, segundo a WEG.

O retorno sobre o capital investido (ROIC) atingiu 19,2% no terceiro trimestre, crescimento de 2,0 pontos percentuais em relação aos mesmos meses do ano passado.

Às 10h33, os papéis tinham alta de 4,77%, a 25,91 reais, destaque positivo do Ibovespa, que subia 0,46% em dia de novo recorde histórico para o índice de referência do mercado acionário brasileiro.

"Destaque positivo para a margem Ebitda, que foi bem forte", afirmaram analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11), em nota a clientes,

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A equipe da Guide Investimentos também avaliou o resultado positivamente e disse que a WEG continua sendo uma das companhias mais resilientes da bolsa brasileira, com atuação do management de forma consistente, estrutura de capital confortável e posição de liderança nos mercados de atuação.

O lucro por ação ajustado pela bonificação ficou em 0,19939 real no terceiro trimestre, de 0,18187 real um ano antes.

O Custo dos Produtos Vendidos (CPV) no terceiro trimestre alcançou 2,34 bilhões de reais, acréscimo de 2,5% na comparação ano a ano, enquanto as despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A) consolidadas caíram 4,9%, para 444,5 milhões de reais.

A geração de caixa nas atividades operacionais superou 1 bilhão de reais nos primeiros nove meses de 2019, aumento de 41,8% comparado ao mesmo período do ano anterior, devido, segundo a empresa, principalmente ao crescimento do resultado operacional combinado com a boa gestão do capital de giro.

A WEG disse que investiu 134,2 milhões de reais no terceiro trimestre, incluindo em modernização e expansão de capacidade produtiva, máquinas e equipamentos e licenças de uso de softwares, sendo 37% destinados às unidades produtivas no Brasil e 63% destinados aos parques industriais e demais instalações no exterior.

A WEG afirmou ainda que, no setor de energia elétrica, teve bom desempenho em equipamentos para geração com biomassa e nos negócios em energia solar, principalmente com geração distribuída, que "continuam como destaque positivo".

ÍNDIA

Em comunicado divulgado separadamente, a WEG informou que está iniciando o projeto de instalação de uma nova fábrica de motores elétricos de baixa tensão em Hosur, na Índia, com previsão de que entre em operação em 2021.