Lucro do Itaú Unibanco cresce quase 20% no 1º tri com menores despesas para calotes

Reuters

Publicado 03.05.2017 08:43

Lucro do Itaú Unibanco cresce quase 20% no 1º tri com menores despesas para calotes

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco viu seu lucro crescer no primeiro trimestre, mostrando que conseguiu compensar os efeitos da pior recessão brasileira ao controlar as despesas administrativas e melhorar a qualidade de sua carteira, o que resultou em menos provisões para perdas com calotes.

O maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira que seu lucro recorrente do período somou 6,176 bilhões de reais, alta de 6,2 por cento sobre o trimestre anterior e de 19,6 por cento ano a ano. O lucro líquido foi de 6,05 bilhões de reais, aumento de 9,2 e de 16,7 por cento nas comparações sequencial e anual, respectivamente.

Em linha com o que mostrara o Santander Brasil (SA:SANB11) ao divulgar seus resultados de janeiro a março, o Itaú Unibanco teve queda sequencial de 17,9 por cento na provisão para perdas com inadimplência, líquido de recuperação, a 4,99 bilhões de reais. Essa variação teve benefício de um recuo de 810 milhões no impairment, baixa contábil de ativos financeiros.

No trimestre, o banco passou a incluir o impairment na linha de provisões para perdas com inadimplência, em vez de na margem financeira com clientes. E adicionou na linha de margem financeira com clientes descontos oriundos de renegociação de crédito.

A queda em despesas para calotes refletiu o controle da qualidade da carteira, mesmo num ambiente de longa contração do crédito. No fim de março, o saldo de empréstimos do banco, incluindo avais e fianças, era de 550,3 bilhões de reais, queda de 2,1 por cento em três meses e de 8,4 por cento ano a ano.

Ainda assim, no fim do primeiro trimestre, as operações com atraso acima de 90 dias representavam 3,4 por cento da carteira, estável ante dezembro e queda de 0,1 ponto sobre 12 meses antes.

Ao provisionar menos para calotes, o banco mais que compensou a queda de 7,8 por cento na margem financeira com clientes, que mede as receitas com operações de crédito e que somaram 17,1 bilhões de reais de janeiro a março.