McDonald's dos EUA eliminará carne do frango que recebeu antibiótico humano

Reuters

Publicado 04.03.2015 13:52

McDonald's dos EUA eliminará carne do frango que recebeu antibiótico humano

Por Lisa Baertlein e P.J. Huffstutter

(Reuters) - Restaurantes norte-americanos da rede McDonald's vão gradualmente parar de comprar carne de frango que recebeu antibióticos para combater infecções humanas, o passo mais agressivo por parte de uma grande empresa de alimentos para forçar avicultores a mudarem as práticas na luta contra superbactérias perigosas.

A maior cadeia de restaurantes do mundo anunciou nesta quarta-feira que dentro de dois anos o McDonald's dos EUA só vai comprar frango criado sem antibióticos.

A política do McDonald's começará no centro de incubação, onde às vezes os pintinhos recebem antibióticos ainda no ovo.

"Estamos ouvindo nossos clientes", disse a vice-presidente sênior da cadeia de abastecimento norte-americana do McDonald's, Marion Gross, à Reuters.

Ela disse que a empresa está trabalhando com seus fornecedores nacionais de frango, incluindo Tyson Foods (N:TSN), para fazer a transição.

O uso veterinário de antibióticos é legal. No entanto, como a taxa de infecções humanas por bactérias resistentes aos antibióticos aumenta, os defensores dos consumidores e especialistas em saúde pública tornaram-se mais críticos da prática de dar rotineiramente antibióticos para frangos, bovinos e suínos.

Cientistas e especialistas em saúde pública dizem que, sempre que um antibiótico é administrado, ele mata as bactérias mais fracas e pode permitir que as mais fortes sobrevivam e se multipliquem. O risco, eles dizem, é que as superbactérias possam desenvolver resistência cruzada a importantes antibióticos.

O uso frequente de antibióticos em baixa dosagem, uma prática utilizada por alguns produtores de carne, pode intensificar o efeito.

Bactérias resistentes estão ligadas a um número estimado de 23 mil mortes humanas e 2 milhões de doenças a cada ano nos Estados Unidos, resultando em gastos de até 20 bilhões de dólares na saúde pública, de acordo com os centros para controle e prevenção de doenças norte-americanos.

Este pode ser um "ponto de inflexão para o uso de antibióticos na indústria avícola", disse Jonathan Kaplan, diretor do programa de alimentação e agricultura do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.

"McDonald's tem muito poder de compra e reconhecimento da marca, eu acho que nós estamos vendo um novo padrão industrial aqui", disse Kaplan.

"Para a saúde pública, isso é realmente uma virada de jogo", disse Gail Hansen, uma autoridade para um projeto de resistência aos antibióticos.

Há exceções para a nova política do McDonald's. A empresa vai comprar frango de agricultores que "usarem de forma responsável" ionóforos, um antibiótico animal não utilizado no tratamento médico humano, disse Gross.

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A política de redução do uso de antibióticos se aplica apenas a cerca de 14 mil restaurantes norte-americanos do McDonald. Atualmente, não afeta aproximadamente 22.000 restaurantes internacionais da empresa.

A ação do McDonald's, que tem lutado para reconquistar os clientes e reforçar vendas nos Estados Unidos, está em sintonia com a demanda dos consumidores por alimentos feitos com ingredientes "limpos" e mais "naturais".

Mas fica aquém de políticas semelhantes em cadeias menores, como Chipotle Mexican Grill (N:CMG) e Panera Bread (O:PNRA), que proíbem a utilização de ionóforos.

A Tyson, maior processadora de carne dos EUA, disse à Reuters em comunicado que apoiou a decisão do McDonald's e que as suas operações de frango têm reduzido o uso de antibióticos que são eficazes em seres humanos em mais de 84 por cento desde 2011. A empresa espera continuar reduções.

Uma investigação da Reuters no ano passado revelou que alguns dos maiores produtores de aves do país rotineiramente alimentam galinhas com um conjunto de antibióticos, e não apenas quando ocorre uma doença, como uma prática padrão na maior parte da vida das aves.

A Reuters também descobriu que doses baixas de antibióticos faziam parte da dieta padrão para alguns dos plantéis de Tyson, incluindo dois documentos internos da empresa que mostraram o uso de bacitracina. Apesar de a droga não ser classificada como clinicamente importantes pelo Food and Drug Administration, a bacitracina é comumente usada para prevenir infecções de pele humana.

A Tyson disse que não concordou com as conclusões da reportagem da Reuters, mas, desde então, tomou novas medidas para reduzir ou interromper o uso de antibióticos, incluindo em seus incubatórios de frango.

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