Mercado reage mal ao balanço do Santander (SANB11) afetado pela Americanas (AMER3)

Investing.com  |  Autor Jessica Bahia Melo

Publicado 31.01.2024 14:37

Investing.com – Na largada da temporada de balanços dos ‘bancões brasileiros’, o Santander decepcionou muitos analistas. As ações do Santander Brasil (BVMF:SANB11) recuam nesta quarta-feira, 31, em repercussão aos dados reportados pela instituição financeira, diante de novas preocupações sobre a pressão contínua sobre a rentabilidade. O motivo já é conhecido: as provisões que foram elevadas devido à fraude bilionária das Americanas (BVMF:AMER3), que seguiu pesando no lucro até o final de 2023. Às 14h36 (de Brasília), as Units recuavam 2,16%, a R$28,57.

Em apresentação de resultados, o banco destacou o crescimento da carteira, indicadores de crédito em linha com essa tendência, expansão do plano de captações de clientes e evolução das comissões. A Guide avalia que o Santander reportou, no entanto, bons resultados com cartões e seguros, mas ponderou que as receitas com administração de recursos (asset management) seguiram com fraqueza. O crescimento da carteira de crédito foi favorecido pelos segmentos de pessoa física e pequenas e médias empresas (PMEs), enquanto o segmento corporativo registrou um recuo trimestral.

Já a taxa de cobertura encerrou 2023 em um nível considerado saudável pela XP, de 222%. O Índice de Basileia, indicador internacional que aponta relação entre capital de instituições bancárias e volume de recurso emprestado, atingiu de 14,5%. O Banco Central exige o mínimo de 11% para as instituições financeiras no geral.

h2 Rentabilidade pressionada/h2

O Santander reportou um lucro líquido de R$2,2 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, uma diminuição trimestral de 19,2% e um ROAE gerencial de 12,3%, contra 13,1% nos três meses imediatamente anteriores. A receita totalizou R$19,535 bilhões, uma alta de 5,4% frente ao 3T23.

As provisões para devedores duvidosos, utilizadas para proteger a saúde financeira de um negócio contra a inadimplência, foram elevadas de R$5,618 bilhões no terceiro trimestre para R$6,837 bilhões nos últimos três meses do ano.

Na visão da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), os dados foram negativos e abaixo do esperado pelos analistas e pelo consenso. “Apesar da receita de juros líquida (NII) estar em linha com as expectativas, a rentabilidade do banco foi pressionada por um aumento nas provisões e despesas gerais”.

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O Santander apontou em seus dados que os resultados foram impactados por um caso específico no segmento corporativo, o que levou a provisões adicionais “para fortalecer a cobertura de outras companhias do segmento corporativo”, destaca a XP Investimentos em relatório, sem mencionar a Americanas.

O número “interrompeu uma sequência longa de recuperação nos resultados”, lamenta a Guide Investimentos. “Vale destacar que, excluindo a perda de crédito mencionada, o resultado teria ficado em linha com o esperado”.

h2 Inadimplência em foco/h2

Excluindo os efeitos da Americanas, os dados ainda demandariam cautela do investidor, no entendimento da Guide, com pequeno aumento na inadimplência geral e piora do nível de eficiência diante do crescimento das despesas maior que das receitas.

O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,1%, mas mesmo com a alta trimestral de 10 bps, segundo a XP, “não parece ser um ponto de preocupação”. A taxa de pessoa física passou de 4,2% no trimestre finalizado em setembro para 4,3% em dezembro, enquanto a da pessoa jurídica subiu de 1,3% para 1,4%.

A inadimplência entre 15 e 90 dias caiu de 4% no terceiro trimestre para 3,8% no 4T23, que a XP enxerga como possível indício de melhoria por vir. Para pessoa física, a taxa passou de 5,6% para 5,2% e, para jurídica, de 1,9% para 1,7%.

“Dentro de um contexto de retração da inadimplência esperada para a indústria, o avanço da inadimplência do Santander soa decepcionante”, lamenta o BB Investimentos.

h2 Expectativas para 2024/h2

Neste ano, o Santander espera expansão das receitas, diversificação do portfólio e crescimento da carteira, com custo de crédito em diminuição, tendo em vista o ciclo de cortes na taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic. O banco deve focar em tecnologia e dados para um reposicionamento no varejo, em busca de estratégias para elevar a rentabilidade em cada segmento.

Apesar do tropeço na inadimplência, o Santander começa 2024 com viés favorável, segundo o BB Investimentos. “Excluindo a inadimplência, que foi o ponto baixo do resultado do 4T, as dinâmicas não parecem de fato ruins – especialmente a confiança na sinalização de ímpeto de crescimento de carteira, incluindo diversos segmentos, algo que vemos com bons olhos”, conclui o BB Investimentos.

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