Mercado retoma 'efeito Meirelles' e taxas de juros caem às vésperas do 1º turno

Estadão Conteúdo

Publicado 30.09.2022 15:12

Atualizado 30.09.2022 18:40

Mercado retoma 'efeito Meirelles' e taxas de juros caem às vésperas do 1º turno

Nesta última sessão do mês, do trimestre e antes do primeiro turno das eleições, os juros tiveram queda firme, sobretudo nos vencimentos longos, mais sensíveis ao risco político. O principal vetor de alívio nos prêmio foi a informação extraoficial de que membros da campanha do PT deram como certo que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles voltaria ao cargo caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito, o que pode ocorrer já neste domingo. Ele negou que tenha sido convidado, tirando um pouco do fôlego de baixa das taxas. No balanço do mês, os juros de curto e longo prazos fecharam em torno de 20 pontos-base, mas os do miolo da caíram bem mais.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 12,78%, de 12,863% no ajuste anterior e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,717% para 11,58%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 11,535%. Ao longo de setembro, as taxas que mais caíram foram as intermediárias, perto de 40 pontos, em meio ao debate sobre o timing de queda para a Selic após o fim de ciclo de alta.

De maneira geral, o mercado de juros resistiu bem ao exterior negativo nesta sexta-feira, por sua vez na esteira do desconforto com dados dos gastos com consumo americano em agosto, inflação recorde na zona do euro e aumento da tensão geopolítica, com a Rússia confirmando a anexação de quatro regiões ucranianas. Internamente, o mercado ficou em compasso de espera pelo primeiro turno, com o debate da quinta-feira entre os candidatos a presidente tendo efeito neutro na curva. Porém, a informação sobre Meirelles, publicada pela coluna Radar Econômico, no site da revista Veja, colocou as taxas em rota de queda.

O economista-chefe do Modalmais, Felipe Sichel, afirma que, diante da falta de clareza sobre a equipe econômica e detalhes do plano de governo numa eventual gestão do PT, a especulação em torno do nome do ex-ministro de Temer e ex-presidente do Banco Central no governo Lula, acaba fazendo preço. "No limite, a indicação dele seria uma sinalização mais para o centro, dada a sua postura moderada, reduzindo riscos mais heterodoxos", diz.

Meirelles, porém, negou ter sido convidado. "Não conversamos ainda. Portanto, não recebi convite", afirmou ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o ex-ministro. Ele comentou que o mais importante agora é votar e aguardar se a eleição será decidida no primeiro turno, destacando que sempre teve "relação muito boa com Lula e Mercadante". De todo modo, depois da negativa, as taxas desaceleraram o ritmo de queda, em movimento que coincidiu com a virada dos rendimentos dos Treasuries para cima, com a taxa de 10 anos rompendo 3,80% e a de dois anos mirando 4,25%.

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A sexta-feira teve agenda carregada, mas sem força para influenciar os negócios, com dados do setor público e desemprego na Pnad Contínua. O mercado também digeriu sem sobressaltos as declarações da diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, que votou no Copom por um aumento da Selic de 25 pontos-base. Durante participação no HSBC's virtual Global Emerging Markets Fórum, ela afirmou que o BC ainda não está pensando em cortar a Selic e que é necessário observar como será o processo de desinflação.

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