Meta irrita Austrália com plano de parar de pagar por notícias

Reuters

Publicado 01.03.2024 09:18

Por Byron Kaye e Lewis Jackson

SYDNEY (Reuters) - A Meta disse que deixará de pagar aos editores de notícias australianos por conteúdo que aparece no Facebook (NASDAQ:META), estabelecendo uma nova batalha com Canberra, que liderou o mundo com uma lei que força os gigantes da Internet a fazerem acordos de licenciamento.

As editoras de notícias e governos como o da Austrália têm argumentado que o Facebook e o Google (NASDAQ:GOOGL) se beneficiam injustamente em termos de receita de publicidade quando links para artigos de notícias aparecem em suas plataformas. A Meta vem reduzindo sua promoção de notícias e conteúdo político e diz que os links de notícias são agora uma fração dos feeds dos usuários.

A Meta descontinuará uma guia no Facebook que promove notícias na Austrália e nos Estados Unidos, disse a empresa em comunicado, acrescentando que cancelou a guia de notícias no ano passado no Reino Unido, França e Alemanha.

Como resultado, "não entraremos em novos acordos comerciais para conteúdo tradicional de notícias nesses países e não ofereceremos novos produtos do Facebook especificamente para editores de notícias", acrescentou a companhia.

A decisão coloca a Meta contra o governo australiano e a lei de 2021 do país.

"A ideia de que uma empresa pode lucrar com o investimento de outras, não apenas o investimento em capital, mas o investimento em pessoas, o investimento em jornalismo, é injusta", disse o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, a jornalistas. "Essa não é a maneira australiana de se fazer as coisas", acrescentou.

De acordo com a lei de 2021, o governo do país deve decidir se nomeará um mediador para definir as tarifas da Meta e potencialmente multar a empresa se ela não cooperar. A maioria dos acordos da Meta com a mídia australiana teve duração de três anos e deve expirar em 2024.

"A Meta está dizendo 'o que você vai fazer?' e o governo australiano tem uma decisão real a tomar", disse Tama Leaver, professora de estudos da internet na Curtin University.

Os maiores grupos de mídia da Austrália criticaram a decisão, chamando-a de um ataque ao setor.