Minerva vê América do Sul com 50% da exportação global de carne bovina em 5 anos

Reuters

Publicado 28.11.2023 14:17

SÃO PAULO (Reuters) - A Minerva (BVMF:BEEF3), maior exportadora sul-americana de carne bovina, projeta que a América do Sul elevará sua participação nos embarques globais do produto para 50% do total exportado no mundo em cinco anos, alta de dez pontos percentuais em relação à participação atual, estimou nesta terça-feira o CEO da companhia, Fernando Queiroz.

A empresa, que há alguns meses anunciou aquisição de ativos da concorrente Marfrig (BVMF:MRFG3) na América do Sul, consolidando sua participação na região, aposta na competitividade da criação de bois a pasto, predominante nos países sul-americanos, além da oferta de mão de obra com menores custos em relação a países como os Estados Unidos.

"O setor cada vez mais vai para áreas mais competitivas, é muito mais barato na América do Sul, um grande diferencial, além da questão da natureza", disse Queiroz, durante a abertura do Minerva Day, voltado para investidores.

"Cinquenta por cento do trading mundial vai estar nas nossas mãos dentro de cinco anos", acrescentou ele.

A companhia detém hoje cerca de 20% das exportações da América do Sul e projeta aumentar sua fatia para cerca de um terço em cinco anos, com o impulso das aquisições de ativos da Marfrig.

Em agosto, a Minerva anunciou acordo de 7,5 bilhões de reais para comprar determinadas unidades de abate de bovinos e ovinos da gigante do setor Marfrig no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.

O acordo deve fortalecer a Minerva na América do Sul, ampliando a capacidade de abate em cerca de 44%, para mais de 42 mil cabeças/dia, informou a empresa anteriormente.

Executivos da empresa esperam ver o negócio aprovado ainda no primeiro semestre de 2024.

Depois disso, a companhia vai focar na consolidação dos ativos adquiridos, disse Queiroz, ao ser questionado se a empresa poderia avaliar novas aquisições.

"Estimamos pelo menos dois a três anos extraindo sinergias, desalavancando a empresa, voltando a pagar dividendos", comentou.

A companhia realizou 20 aquisições nos últimos 15 anos, buscando ser um player relevante nas principais plataformas de produção de carne bovina, como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, disse o executivo.

"Temos a melhor plataforma mundial para mitigar riscos, com os EUA caindo a produção...", disse o CEO, lembrando que os norte-americanos estão em ciclo de baixa oferta do ciclo pecuário, após um forte movimento de abate de fêmeas, o que eleva custos na América do Norte.

Queiroz ainda destacou que as aquisições realizadas pela Minerva ao longo dos anos mostrou a capacidade da companhia de extrair sinergias dos negócios, o que deve acontecer com os ativos adquiridos da Marfrig.

CHINA

Executivos da Minerva acreditam que os preços de exportação de carne bovina para a China, maior importadora, deverão melhorar no próximo ano, após sofrerem quedas expressivas em 2023 em relação a 2022.

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