Novas regras globais apoiadas pelo G20 visam reprimir "greenwashing" corporativo

Reuters

Publicado 26.06.2023 14:55

Por Huw Jones e Simon Jessop

LONDRES (Reuters) - As empresas enfrentarão maior pressão para divulgar como seus negócios afetam as mudanças climáticas sob um novo conjunto de regras globais apoiadas pelo G20, destinadas a ajudar os reguladores a reprimir o chamado "greenwashing", que consiste na criação de uma falsa aparência de sustentabilidade.

As normas publicadas nesta segunda-feira foram escritas pelo Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês), à medida que trilhões de dólares são direcionados para investimentos que promovem suas credenciais ambientais, sociais e de governança (ESG).

Caberá a cada país decidir se exigirá que as empresas listadas apliquem os padrões, disse o presidente do ISSB, Emmanuel Faber, acrescentando que as normas podem ser usadas ​​em relatórios anuais a partir de 2024.

Brasil, Canadá, Reino Unido, Japão, Cingapura, Nigéria, Chile, Malásia, Egito, Quênia e África do Sul estão considerando seu uso, disse Faber à Reuters.

As normas do ISSB se baseiam nos padrões voluntários da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD) do G20.

O ISSB faz parte do IFRS, uma fundação independente que também escreve regras contábeis usadas em mais de 100 países, enquanto a Iosco, uma autoridade global de supervisão de valores mobiliários, deve "endossar" as novas normas.

"Isso apenas traz mais rigor, está muito mais alinhado com os relatórios financeiros", disse David Harris, chefe de iniciativas estratégicas de finanças sustentáveis do London Stock Exchange Group (LON:LSEG), que controla a bolsa de valores de Londres.