Nubank tem lucro no 1º tri; investidores sinalizam manter ações após lock-up

Reuters

Publicado 16.05.2022 18:17

Atualizado 16.05.2022 19:45

Por Aluisio Alves

SÃO PAULO (Reuters) -A maior parte dos investidores do Nubank (SA:NUBR33) presos a um prazo de carência para vender ações sinalizaram que pretendem manter os papéis após o vencimento do prazo do lock-up pós IPO, que vence na terça-feira, disse nesta segunda-feira o cofundador e presidente-executivo do banco digital, David Vélez.

"A maior parte dos investidores não tem interesse em vender", disse Vélez à Reuters em entrevista por telefone.

Nas últimas semanas, as ações do Nubank tiveram forte queda na bolsa, em meio a receios de que o mercado fosse encharcado com ações do banco após o lock-up, dentro de regras da oferta inicial de ações (IPO), em dezembro. Neste ano, a ação já perdeu mais da metade do valor.

A Nu Holdings (NYSE:NU), controladora do Nubank, divulgou nesta segunda-feira que teve lucro ajustado de 10,1 milhões de dólares no primeiro trimestre, ante prejuízo de 13,1 milhões na mesma etapa de 2021.

Segundo Vélez, os acionistas estão cientes das oportunidades de crescimento do banco, que tem conseguido expandir base de clientes e receitas em ritmo superior ao dos grandes bancos de varejo no país, à medida que avança na venda de produtos como seguros, crédito e investimentos.

No fim de março, o Nubank chegou a 59,6 milhões de clientes. No Brasil, o número de clientes brasileiros aumentou 55% em 12 meses, a 57,3 milhões, passando agora a ter como clientes um em cada 3 adultos no país.

"Apesar do forte crescimento das receitas ano a ano, nós ainda fazemos seis vezes menos receitas por cliente do que os grandes bancos de varejo", disse Vélez. "Nossas vendas cruzadas ainda são pequenas".

A Nu Holdings apurou receita recorde de 877,2 milhões de dólares no trimestre, crescimento de 226% sobre um ano antes.

O custo médio mensal de atendimento por cliente ativo totalizou 0,7 dólar, queda de 30% na comparação anual.