OPEP e Rússia estenderão cortes na produção até o fim de julho

Reuters

Publicado 06.06.2020 13:21

Por Ahmad Ghaddar e Rania El Gamal e Alex Lawler

MOSCOU/DUBAI/LONDRES (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e aliados devem prorrogar neste sábado os cortes na produção de petróleo até o fim de julho, depois de os preços do barril terem dobrado nos últimos dois meses após a entidade ter decidido retirar quase 10% da oferta mundial do mercado.

    De acordo com um esboço de declaração obtido pela Reuters, o grupo chamado de OPEP+ também vai exigir que países como Nigéria e Iraque, que excederam suas cotas em maio e junho, compensem com cortes extras na produção de julho a setembro.

    A OPEP+ fechou acordo em abril para reduzir a oferta de petróleo em 9,7 milhões de barris por dia durante maio e junho, em um esforço para aumentar os preços da commodity, que desabaram por conta da crise do coronavírus. Esses cortes devem cair para 7,7 milhões de barris por dia de julho a dezembro.

    O barril do tipo Brent atingiu na sexta-feira maior preço em três meses, acima de 42 dólares, após chegar a custar menos de 20 dólares em abril. Mesmo assim, os preços ainda estão um terço abaixo daqueles observados no fim do ano passado.

    “Apesar dos progressos feitos até agora, não podemos afrouxar a política por ela ter dado certo", disse o ministro de Energia da Argélia, Mohamed Arkab, atual presidente da OPEP, na abertura de reunião deste sábado.

    O esboço do comunicado informa que um comitê de monitoramento do órgão se reunirá todo mês até dezembro para recomendar o nível adequado de cortes na produção. A próxima reunião será em 18 de junho.

    Duas fontes da OPEP disseram que o grupo já concordou em uma extensão de um mês. Antes do encontro, fontes disseram que a Arábia Saudita considerava estender os cortes até dezembro.

    Maior produtora mundial e líder de fato do grupo, a Arábia Saudita e a Rússia estão agindo para que os preços subam, mas não ultrapassem muito os 50 dólares por barril, para evitar dar competitividade ao petróleo de xisto norte-americano.

A acordo de abril foi feito em meio à pressão do presidente norte-americano, Donald Trump, que teme a quebra de empresas do setor de energia nos EUA e ameaçou retirar suas tropas de território saudita caso o preço não voltasse a subir. Ele conversou com líderes russos e da Arábia Saudita antes da reunião e afirmou estar contente com a elevação.

    Com as restrições do coronavírus caindo mundo afora, a demanda por petróleo deve exceder a oferta em julho, mas a OPEP ainda tem 1 bilhão de barris em estoque, acumulados desde março, para despejar no mercado e regular os preços.  

O comitê ministerial de monitoramento da OPEC+, conhecido como JMMC, vai se reunir mensalmente até dezembro para avaliar as condições do mercado e recomendar níveis de cortes. A próxima reunião do grupo foi marcada para 18 de junho e o próximo encontro da Opep e da Opep+ deve ocorrer entre 30 de novembro e 1 de dezembro.

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(Reportagem de Vladimir Soldatkin e Olesya Astakhova em Moscou, Rania El Gamal em Dubai, Alex Lawler e Ahmad Ghaddar em Londres, Libby George em Abuja, Ahmed Rasheed em Bagdá, Lamine Chikhi em Algiers)

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