O Financista
Publicado 09.05.2016 19:36
Atualizado 09.05.2016 19:50
Perspectiva: Cenário político e dados da China devem roubar a cena
SÃO PAULO – O ambiente político deve mexer com o humor do mercado nesta terça-feira (10), último pregão antes da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. Dados econômicos da China também estarão no radar.
As reviravoltas que marcaram a primeira sessão da semana podem continuar repercutindo entre os investidores, avalia Rafael Omachi, analista da Guide Investimentos.
Nesta segunda-feira (9), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), decidiu ignorar a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a votação do impeachment de Dilma na Casa. Assim, a votação do impeachment segue marcada para a quarta-feira (11) no Senado.
A decisão foi tomada após consultas ao regimento interno do Senado e conversa com líderes partidários na residência oficial do senador.
Para o analista da Guide, “a possibilidade de novos nomes que devem compor um eventual governo de Michel Temer vazarem também deve mexer com o mercado".
Além da quase confirmada nomeação de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda, o mercado deve ficar no aguardo da indicação de quem presidirá o Banco Central.
“Os mercados também aguardam uma postura mais ativa de Temer, já que ele sinalizou que iria propor medidas emergenciais assim que assumisse o comando do Planalto”, observa Omachi.
Na cena corporativa, divulgam os resultados do primeiro trimestre Pão de Açúcar (SA:PCAR4), BTG Pactual (SA:BBTG11), CCR, Cyrela (SA:CCPR3), Iguatemi (SA:IGTA3), Itaúsa, Pine e Vanguarda Agro (SA:VAGR3).
Na agenda externa, destaque para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China, que serão publicados nesta segunda-feira, às 22h30 (horário de Brasília). Dados econômicos divulgados pela China no fim de semana ditaram cautela no mercado internacional nesta segunda.
Assim como ocorreu nas últimas sessões, o desempenho das bolsas externas e dos preços das commodities nos mercados internacionais devem ser acompanhados de perto pelos investidores.
Fechamento de mercado
O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira, com as ações da Vale e da Petrobras (SA:PETR4) entre as maiores pressões negativas, na esteira do recuo das commodities, e grande turbulência no cenário político que adicionou volatilidade aos negócios.
A decisão de Maranhão de suspender a sessão da Casa que aceitou o pedido de impeachment de Dilma estressou brevemente o pregão local, levando o Ibovespa a recuar 3,5% e abaixo de 50 mil pontos, na mínima do dia.
A piora, contudo, perdeu força em meio a dúvidas sobre sustentação da decisão do deputado e sinais de que a tramitação do processo no Senado seria mantida. Com isso, o Ibovespa reduziu as perdas e fechou em queda de 1,41%, a 50.990 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 7,96 bilhões.
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, mas bem longe das máximas do dia após o Senado manter a tramitação do processo de impeachment na Câmara.
O dólar já subia antes da notícia, acompanhando o exterior em meio a receios com a desaceleração da economia chinesa. Mais uma vez, o Banco Central não anunciou intervenção no mercado de câmbio.
O dólar avançou 0,63%, a R$ 3,5249 na venda, após chegar a R$ 3,6767 na máxima desta sessão, em alta de quase 5%.
(Com Reuters)
Escrito por: O Financista
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