Petrobras diz que contrato com Unigel está "alinhado" a plano estratégico

Reuters

Publicado 07.02.2024 08:10

Atualizado 07.02.2024 13:36

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) afirmou que um contrato acertado com a Unigel no final do ano passado sobre a produção de fertilizantes nitrogenados está "alinhado" com seu plano estratégico que vai até 2028, segundo comunicado ao mercado na noite passada.

A empresa fez o comentário em resposta a questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem do jornal O Globo, que afirmou que o contrato de 759 milhões de reais "pode levar a estatal a um prejuízo de 487 milhões de reais", conforme uma avaliação do Tribunal de Contas da União, que cobrou explicações da estatal.

O contrato, firmado em 29 de dezembro, "para o processamento do gás da Petrobras e a entrega/comercialização de fertilizantes para a companhia, está alinhado ao plano estratégico 2024-2028 quanto ao retorno à produção e comercialização de fertilizantes", afirmou a Petrobras no comunicado.

Já a Unigel afirmou nesta quarta-feira que o contrato alvo do TCU estava sendo negociado desde junho, com foco em tornar competitiva a produção nacional de fertilizantes nitrogenados.

O país, uma potência agrícola, é grande importador de fertilizantes, e o governo busca formas de deixar o país menos dependente do produto importado, geralmente mais competitivo que o nacional, uma vez que os maiores produtores globais contam com matérias-primas, como o gás, mais baratas.

A Petrobras arrendou anteriormente duas unidades de fertilizantes para a Unigel, uma na Bahia e outra em Sergipe, mas a empresa do setor químico em dificuldades financeiras busca melhores termos sobre o preço do gás para recolocá-las em operação.

Segundo a Unigel, o contrato com a Petrobras faz parte de "análise conjunta de negócios" entre as empresas e contém a perspectiva de desenvolvimento de oportunidades nas áreas de fertilizantes, hidrogênio verde e projetos de baixo carbono.

"A Unigel, como usual neste tipo de negociação, não participou ou teve acesso às análises de viabilidade interna da Petrobras ou aos procedimentos de governança da estatal", afirmou a companhia química em nota à imprensa.