Petrobras: Entenda a disparada das ações após os resultados do 2º trimestre

Investing.com

Publicado 05.08.2021 18:46

Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - Um dia após a divulgação de seu balanço do segundo trimestre, as ações da Petrobras (SA:PETR4) dispararam no pregão desta quinta-feira, chegando a superar 10% de alta ao longo da sessão, ajudando a limitar a queda do Ibovespa.

O papel da petroleira fechou as negociações em alta de 7,88%, a R$ 28,35, enquanto o índice da B3 (SA:B3SA3) terminou o dia em baixa de 0,14%, aos 121.633 pontos.

Depois do balanço, a estatal recebeu recomendações de Compra da Mirae Asset e do Banco Safra e Neutra do Goldman Sachs e do BTG Pactual, com preço-alvo médio de R$ 32,88.

A companhia reportou lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre, contra prejuízo de R$ 2,7 bilhões no mesmo período do ano passado, impulsionado pela alta nos preços do petróleo e nas vendas de combustíveis. 

O valor reportado ficou acima da estimativa de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 30,7 bilhões e da projeção do Safra de R$ 20,9 bilhões.

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Apesar de ter superado as expectativas, a Mirae alerta que os fortes resultados foram influenciados por ganhos não recorrentes.

Um dos maiores responsáveis pela alta nos resultados da companhia foi o preço do petróleo Brent, que registrou média de US$ 68,83 no segundo trimestre, alta de 135,7% em relação ao 2T20. Com isso, a receita líquida atingiu R$ 110,710 bilhões, alta anual de 117,5%.

O Ebitda, por sua vez, somou R$ 61,938 bilhões, alta de 148% na comparação anual, acima das expectativas do mercado de R$ 53 bilhões. O número também 18% acima da expectativa do Safra e 9% acima do BTG (SA:BPAC11). A margem Ebitda foi de 56%, contra 43% no 2T20, devido principalmente a uma redução no custo de exploração.

“Quando olhamos para o Ebitda ajustado recorrente, a evolução dos números sinaliza o bom trabalho da administração”, aponta a Elite Investimentos. “Em nosso entendimento, a Petrobras vem apresentando bons resultados, especialmente pelo lado da desalavancagem e tem boas condições de valorizar suas ações”, completa.

Além disso, as exportações de petróleo subiram 8% no período, para 743 mil barris por dia. As vendas para a China, por outro lado, sofreram queda, mas seguiram representando 45% de todos os envios internacionais. A receita com exportações somou R$ 33,6 bilhões, alta trimestral de 47,2%.

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As vendas de derivados do petróleo no mercado doméstico também cresceram, somando 1,759 milhão de barris por dia, alta de 17,7% em relação ao mesmo período de 2020. O aumento na demanda é resultado da retomada gradual da economia ao longo dos últimos seis meses.

Contribuiu para o lucro, ainda, a reversão de baixa contábil de R$ 1,6 bilhão com destaque para a BR Distribuidora (SA:BRDT3), refletindo a precificação da oferta pública de ações. A valorização do real também ajudou, diminuindo o endividamento, visto que a maior parte das dívidas da petroleira é atrelada ao dólar, enquanto sua receita é pautada pelo real.

Apesar dos resultados animadores, não foram eles os principais responsáveis por animar os mercados: diante dos números fortes, o conselho de administração da companhia aprovou a antecipação do pagamento de remuneração ao acionista referente ao exercício de 2021 no montante de R$ 31,6 bilhões.

Para os próximos trimestres, a Mirae segue otimista em relação à empresa: “Aguardamos que o novo CEO da Petrobras mantenha a política de paridade de preços internacionais que vinham sendo praticadas e o programa de desinvestimentos, conforme anunciado”, explica.

A Elite também se diz atenta à questão de possível intervenção governamental, mas sinaliza perceber um distanciamento saudável da administração da empresa com as pressões políticas.

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O Goldman tem mais cautela, citando riscos em relação à implementação da política de preços dos combustíveis. Para o banco, os principais fatores que podem influenciar os resultados da empresa nos próximos trimestres são mudanças nos preços do Brent, apreciação ou depreciação do real, produção acima ou abaixo do esperado e a intervenção - ou não - do governo nos preços dos combustíveis.

O BTG compartilha de uma opinião parecida: “Os resultados operacionais devem permanecer fortes, a menos que o cenário atual de maior Brent e a produção focada no pré-sal mude, e a administração permaneça firme sobre como evitar mudanças estratégicas drásticas … mas o ruído envolvendo a interferência no preço do combustível (e agora também o GLP), bem como a extensão do prazo de venda das refinarias, ainda nos deixa céticos.”

Na visão do Safra, os pontos positivos da companhia para o investidor são a sólida geração de fluxo de caixa e seu plano estratégico, que indica concentração de esforços nos principais direcionadores de valor. Os maiores riscos apontados pelo banco, por outro lado, são o fato de ser uma estatal, o risco de ingerência política e uma possível outra greve de caminhoneiros.

A Genial aponta ainda que a proximidade das eleições pode aumentar a volatilidade na ação.

-Com participação da Reuters

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