Petrobras faz importação adicional de gás de cozinha e reduz preço em 10%

Reuters

Publicado 30.03.2020 17:26

Atualizado 30.03.2020 18:10

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) afirmou nesta segunda-feira que contratou importação adicional de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), em momento em que consumidores em alguns pontos do país realizaram uma corrida às compras do chamado gás de cozinha, em meio a preocupações com a oferta devido a medidas de controle do coronavírus.

A Petrobras anunciou a importação de três navios carregados com GLP, cada um com capacidade de 20 milhões de quilos, ou o equivalente a 1,6 milhão de botijões de cozinha, para reforçar o abastecimento do país, segundo nota da companhia.

O primeiro navio está programado para chegar nesta segunda-feira, enquanto os outros dois em 6 e 10 de abril.

A petroleira destacou, dessa forma, que "não há qualquer necessidade de estocar GLP neste momento, pois não haverá falta de produto para abastecer a população".

O ponto mais crítico sofrido com atraso na reposição do produto para a venda nos últimos dias foi o município de São Paulo, onde as compras chegaram a subir 20%, segundo cálculos do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás).

Segundo o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, a situação deverá ser totalmente normalizada em uma semana, no máximo.

"A gente não percebe um aumento do consumo de GLP, a gente percebe neste momento uma antecipação de compra", disse Bandeira de Mello à Reuters, destacando que estão sendo realizadas campanhas para estimular o consumo consciente e solidário durante o período de isolamento social.

COMPORTAMENTO E PREÇOS

Bandeira de Mello pontuou que agentes do setor de GLP haviam se preparado para enfrentar o atual momento de combate ao coronavírus e garantiu que toda a logística necessária para o abastecimento está funcionando normalmente. Atualmente, 96% dos lares brasileiros consomem gás de cozinha, acrescentou.

O presidente do Sindigás disse ainda que cálculos preliminares feitos por distribuidoras indicaram que não haverá um aumento importante do consumo de GLP no Brasil durante o período de isolamento social para o combate ao novo coronavírus, apesar de uma possível mudança no perfil do consumo.

Isso porque enquanto as residências podem elevar o consumo de GLP, com uma presença maior das pessoas em casa, indústria e comércio devem reduzir sua demanda.

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